Desde uma menina de 10 anos que foi estuprada e teve seu aborto negado no Paraguai, até mulheres presas em El Salvador por terem tido um aborto espontâneo, milhões de mulheres e meninas de toda América Latina estão sofrendo por causa das leis e políticas de aborto discriminatórias e desatualizadas, segundo a Anistia Internacional.

Erika Guevara Rosas, diretora das Américas na Anistia Internacional, disse que “No dia internacional da ação para a saúde da mulher, incontáveis mulheres desde o Caribe até a América do Sul estão sofrendo terrivelmente com leis e políticas perversas que violam seu direito de ter controle sobre o próprio corpo, sua saúde e sua vida”.

“Infelizmente, ainda há um longo caminho a ser seguido. No início da semana, a Comissão de Justiça do Congresso do Peru desapontou vítimas de aborto ao se negar em garantir que mulheres e meninas que foram vítimas de estupro tenham a opção de acesso a serviços de abortos legais e seguros”.

“Todo dia, meninas e mulheres são compelidas a continuar gestações indesejadas, mesmo que elas tenham sido estupradas, ou estão com fetos inviáveis, ou sua saúde e vida estejam em risco. É a hora de todos os governos da região que mantém essas leis antigas e cruéis tenham consciência do sofrimento e da terrível injustiça que eles estão infligindo a mulheres e meninas. É o tempo para eles se comprometerem com uma mudança real.”

Especialistas em América Latina da Anistia Internacional estão disponíveis para entrevistas para falar sobre os desafios regionais e progressos nos direitos reprodutivos e sexuais de mulheres.

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