Em resposta às denúncias de ataques violentos contra o coletivo indígena Minga, em Cali, que deixaram vários membros do Conselho Indígena Regional de Cauca (CRIR) feridos, Erika Guevara-Rosa, diretora da Anistia Internacional para as Américas, disse 

Os ataques por parte de civis armadosalguns na presença da polícia, contra os Minga, em Cali, são um reflexo da dinâmica incessante de violência na Colômbia que se acentuou durante os protestos relacionados à Greve Nacional. Desde 28 de abril, relatos de dezenas de pessoas mortascentenas de feridos e desaparecidos, atos de tortura, abuso sexual e cenas de horror em meio à repressão de manifestaçõesem sua maioriapacíficas sem que o governo de Iván Duque sequer reconhecesse publicamente essas violações de direitos humanos.

Historicamenteos povos indígenas e pessoas negras sofrem de forma desproporcional com as consequências da violência, do conflito armado e da falta de proteção do Estado. É inaceitável que o governo não tenha atendido de forma imediata aos apelos urgentes de prevenção à violência armada; pelo contráriovárias autoridades, inclusive a Polícia Nacional, emitiram declarações estigmatizantes sobre os indígenas Minga e aqueles que se manifestam pacificamente em Cali. 

Além da repressão excessivatambém uma estigmatização constante dos manifestantes, o que supostamente incita e justifica a resposta violenta contra elesOs indígenas Minga temem pelas suas vidas, inclusive daqueles que estão hospitalizadosApelamos urgentemente ao governo de Iván Duque que pare a repressão e a estigmatização dos protestos e que garanta e proteja todos os direitos humanos dos povos indígenas e pessoas negras que participam da Greve Nacional.”

De acordo com um relatório conjunto da ONG Temblores e Indepaz, 47 assassinatos foram registrados durante a Greve Nacional de 28 de abril a 9 de maio. Destes casos, 36 ocorreram no Valle del Cauca (35 em Cali e um em Yumbo). O relatório conjunto denuncia que as forças de segurança e as autoridades não atenderam aos apelos dos cidadãos para impedir o ataque de pessoas armadas contra manifestantes, a presença de policiais à paisana entre os manifestantes e a repressão às manifestações pacíficas.  

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