Em resposta à notícia de um adiamento do julgamento de Ibrahim Halawa, no Cairo, a Anistia Internacional expressou  sua preocupação com a detenção do adolescente irlandês que é prisioneiro de consciência. O adiamento para 6 de junho foi decidido em uma audiência realizada no último sábado, no Cairo. A fiança foi negada.

Ibrahim Halawa e suas três irmãs foram presos em 18 de agosto de 2013, por fazerem parte de um protesto pró-democracia no Cario. Suas irmãs foram liberadas sob fiança após três meses e elas puderam retornar para casa. Ibrahim, que tinha 17 anos quando foi preso, continua na prisão e enfrenta uma longa sentença e uma possível pena de morte, se for declarado culpado das acusações feitas a ele.

Ibrahim era menor quando foi preso, tanto na lei egípcia quanto na internacional. Ele foi alvejado em sua mão quando forças de seguranças atacaram a mesquita de Al Fath, aonde ele e suas irmãs procuraram refúgio da violência subsequente ao golpe militar, em agosto de 2013. Ibrahim nunca recebeu tratamento médico adequado para seu ferimento, e há grande preocupação com o tratamento que ele recebe na prisão.

 Ibrahim Halawa é um prisioneiro de consciência da Anistia Internacional. Ele foi detido unicamente por exercer pacificamente sua liberdade de expressão e de reunião.

 Colm O’Gorman, diretor executivo da Anistia Internacional Irlanda, disse:

 “Hoje é o 616º dia de Ibrahim em uma prisão egípcia sob acusações genéricas, apesar do fato de não existirem evidências que o conectem a qualquer crime. Observadores da Anistia Internacional estavam em campo quando houve a violência que forçou Ibrahim e suas irmãs a procurar abrigo atrás da mesquita de Al Fath. Nós sabemos que é simplesmente impossível que eles tenham cometidos muitos dos crimes a eles imputados. Examinamos também os autos. Não há nenhuma evidência conectando Ibrahim com qualquer um desses crimes. Ele enfrenta acusações que parecem ter sido simplesmente copiadas de outros casos (num “copiar e colar”), em um julgamento em massa que não segue nenhum padrão de julgamento justo”.

            “Voltamos a pedir sua soltura imediata e incondicional. Ele precisa ser autorizado a voltar para casa e para sua família na Irlanda para que ele possa continuar sua vida e seus estudos”.

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