Três anos depois de lançar a primeira parte da música Se o Tempo Permitir, em 2015, e premiar o autor do melhor instrumental remix com R$ 2.015, o grupo Rafuagi volta com a iniciativa no lançamento de Se o Tempo Permitir, número 2. O concurso tem objetivo de incentivar jovens músicos, especialmente aqueles que moram na periferia e produzem os instrumentais dentro dos seus quartos.

“A gente está fazendo um movimento contrário à cena que vemos hoje, com o corte de verbas na cultura, para continuar incentivando a evolução do trabalho desta galera”, diz Rafael, integrante do Rafuagi.

O concurso, que começou no dia 14 de janeiro, termina no dia 14 de fevereiro e está aberto não só para produtores do Brasil, como todo o mundo. O vencedor receberá R$ 2.019, um trocadilho com o ano, terá o seu instrumental gravado no disco oficial do grupo e inserido no clipe da música, já gravado com um instrumental guia e pronto para receber a produção do vencedor do concurso.

O clipe de Se o Tempo Permitir, parte 2, promove uma ação do QuilomBOX e foi gravado na ilha que abrigava o presídio onde ficavam os presos políticos na ditadura militar, em Porto Alegre. A escolha da ilha não foi por acaso. A intenção do grupo é mostrar que as pessoas têm o direito de se expressar e condições de que seus trabalhos sejam fomentados nas periferias.

.

A narrativa do clipe segue uma caça ao tesouro. “A gente foi na ilha para encontrar um tesouro que vai mudar a vida dos jovens negros da periferia. E que tesouro era esse? Justamente a caixa do QuilomBOX”, explica Rafael, que se orgulha de ter sido um dos jovens que ajudou na construção desta caixa, tesouro que pode mudar a vida destes músicos das periferias.

A coletânea QuilomBOX foi construída em parceria com grupos e coletivos de favelas e periferias do Rio de Janeiro, Distrito Federal e Bahia. As metodologias que compõem este material foram organizadas através da coleta e sistematização de relatos e entrevistas de jovens e instituições parceiras participantes das oficinas criativas “Jovem Negro Vivo” realizadas no ano de 2016 pela Anistia Internacional Brasil.

Mais Publicaçõess