2022 e 2023 foram de desafios, tanto para os defensores e defensoras de direitos humanos quanto para as populações mais vulneráveis às suas violações. 

O ano de 2022 se iniciou com uma sensação de ‘trégua’ frente aos momentos mais críticos da pandemia, mas ainda permanecia um fosso de desigualdades raciais e socioeconômicas. Naquele ano, o desaparecimento e morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, evidenciavam os riscos de se lutar em defesa dos povos indígenas e da Amazônia. Neste ano, vimos também a escalada da violência policial e das chacinas. Duas pautas na qual atuamos incansavelmente: denunciando, pressionando autoridades e apoiando orgs. de base e familiares.  

A violência política que contaminou o ambiente das Eleições 2022 culminou nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023.  Assim começava este ano: E o mundo se estarreceu com a crise humanitária dos Yanomami, no que seria um longo período marcado pela mobilização em defesa dos direitos indígenas.  

Neste ano, completaram-se cinco anos sem justiça por Marielle e Anderson, com revelações sobre os executores do crime, mas com os mandantes ainda desconhecidos e ninguém julgado.  

O ciclo de letalidade policial e impunidade infelizmente se renovou, dessa vez, com uma crise na segurança pública, a qual resultou em mais de uma centena de mortos pela polícia, em São Paulo, no Rio e na Bahia.  

Seguimos com a campanha ‘O Ministério Tem Que Ser Público’ pressionando para que os MPs e os Governos agissem frente à letalidade policial. E foi neste cenário, que conhecemos Ana Maria Santos Cruz, uma mãe que teve o filho, Pedro Henrique, nosso apoiador e ativista contra a violência policial, assassinado em 2018. A história dela é contada pela maior campanha de direitos humanos do mundo, a Escreva por Direitos, ecoando globalmente o apelo por justiça.  

2023 foi marcado ainda por todo um esforço nosso em reafirmar que a crise climática é uma crise de direitos humanos. Uma das contribuições da Anistia foi a criação da rede Vozes Negras pelo Clima, formada por 11 mulheres negras de oito estados brasileiros, que, a partir das realidades de seus territórios, estão incidindo e debatendo na agenda política no tema, inclusive em foros internacionais de tomada de decisão.   

Foram muitos os acontecimentos! A maioria dos quais permanece a espera de um desfecho. À Anistia Internacional Brasil cabe seguir mobilizando por Justiça e solidariedade dentro e fora do país. Não é uma tarefa fácil, mas é a nossa. Pois, defender direitos é sobre escolher agir frente às injustiças.  

Baixe o relatório confira nossas ações e resultados e inspire-se a seguir conosco lutando pela mudança. O mundo continua precisando de muita mobilização para se transformar. E a sua participação faz toda a diferença!

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