O governo sírio, tendo a Rússia como aliada, intensificou a campanha de bombardeios em Ghouta Oriental, área rural da cidade de Damasco onde vivem 400 mil civis. Os ataques deixaram vários mortos e centenas de feridos no mês passado. O episódio acontece após seis anos de um cerco cruel, que mantêm habitantes reféns através de uma série de ataques diários com o objetivo deliberado de matar e destruir. O bombardeio incessante de Ghouta Oriental constitui um crime de guerra.

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Após vários adiamentos, no dia 24 de fevereiro o Conselho de Segurança das Nações Unidas votou uma resolução pedindo ajuda humanitária e um cessar-fogo parcial em Ghouta Oriental. Embora esta seja uma medida bem-vinda, os civis que lutam para não morrer de fome não deveriam ter que esperar uma resolução ou cessar-fogo solicitados pelo Conselho de Segurança a fim de receber proteção dos bombardeios diários.

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No dia 25 de fevereiro, surgiram relatos de ataques com armas químicas em Ghouta Oriental.

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O cerco

Em fevereiro de 2017, o governo sírio capturou as áreas de al-Qaboun e Barze, que fazem fronteira com o bairro de Harasta, em Ghouta Oriental, fechando todos os túneis clandestinos que, por vários anos, garantiram um fluxo mínimo de alimentos, água e suprimentos médicos. No dia 3 de outubro, o governo sírio apertou o cerco ao fechar a última entrada remanescente para Douma (o posto de controle al-Wafideen), impedindo o acesso à ajuda médica e humanitária e prejudicando o direito de ir e vir dos civis. Apenas três comboios de auxílio tiveram a entrada permitida desde então, mas estavam significativamente despreparados para atender às necessidades básicas da população. Além disso, todos os suprimentos médicos foram confiscados pelo governo. A situação humanitária em Ghouta Oriental piorou expressivamente desde outubro, levando o preço dos medicamentos e alimentos básicos, como pão e leite, às alturas.
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“As forças do governo sírio não estão mais atuando em um padrão definido que permita aos civis evitar as áreas perigosas […] Todas as áreas estão sendo atacadas a qualquer hora do dia.” Mahmoud, morador de Misraba, Ghouta Oriental

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Ataques a hospitais

Governo sírio impede a evacuação de doentes e feridos.
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De acordo com profissionais de saúde em Ghouta Oriental, 14 pessoas morreram enquanto aguardavam a evacuação médica. A evacuação de 572 pessoas com lesões graves e doenças crônicas aguarda a aprovação do governo sírio desde julho de 2017.
Em 27 de dezembro de 2017, o governo sírio aprovou a evacuação médica de 29 casos críticos em Ghouta Oriental. Esta evacuação terminou na sexta-feira, 29 de dezembro de 2017, com 17 crianças, seis mulheres e seis homens transferidos para hospitais em Damasco, onde receberam tratamento para ferimentos ou condições graves, como doenças cardíacas, câncer e insuficiência renal.

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Profissionais de saúde corroboraram as notícias sobre a evacuação ter acontecido após negociações que levaram à liberação de indivíduos detidos pela oposição armada. Esses 29 casos estavam no topo da lista de pacientes que aguardavam a evacuação médica devido à urgência de seu estado clínico.
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Crise humanitária

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Ala de operação fortemente danificada em um hospital que foi atingido por ataque aéreo em Ghouta Oriental © AFP PHOTO / ABDULMONAM EASSA

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Médicos e outros profissionais de saúde não conseguem fornecer atendimento adequado aos doentes e feridos devido à falta de suprimentos cirúrgicos, equipamentos e medicamentos, especialmente para o tratamento de enfermidades como câncer, doenças cardíacas e diabetes. Por isso, médicos estão usando remédios que estão fora da data de validade retirados de hospitais destruídos. Além disso, houve um aumento nos casos de desnutrição aguda, especialmente em crianças, causados pela falta de acesso a alimentos, ajuda humanitária e outras necessidades vitais.
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Outros 529 pacientes ainda esperam tratamento médico urgente para seus ferimentos e doenças.

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Atue agora pela Síria!

Assine pelo fim imediato dos bombardeios em Ghouta Oriental, na Síria. 

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Ao assinar, um e-mail será enviado automaticamente em seu nome para as embaixadas brasileiras dos governos sírio e russo para que realizem a interlocução com seus respectivos líderes. Entre ação! Vamos pressionar! Os ataques têm de parar. A ajuda humanitária deve receber autorização para entrar em Ghouta Oriental. Exija aos governos sírios e russos que terminem os ataques e levantem o cerco a Ghouta Oriental imediatamente!