A decisão de um juiz no norte do México de absolver Yecenia Armenta Graciano, mãe de dois filhos, e libertá-la ontem (7), dá fim a quatro longos anos de injustiça.

Yecenia Armenta Graciano foi arbitrariamente presa pela Polícia Ministerial de Sinaloa em 10 de Julho de 2012 ela foi espancada, estuprada e quase sufocada em uma sessão de tortura que durou 15 horas, até que foi forçada a “confessar” a participação no assassinato de seu marido.

“A tortura cruel sofrida por Yecenia é parte das atividades diárias da polícia mexicana, que rotineiramente apresenta provas ilícitas em investigações criminais por todo o país. Sua libertação traz um pouco de esperança para as pessoas injustamente detidas no México “, disse Erika Guevara Rosas, diretora para as Américas da Anistia Internacional.

As pessoas que torturaram Yecenia vêm da mesma instituição que apresentou a acusação contra ela. Apesar da esmagadora evidência fornecida por especialistas nacionais e internacionais que comprovem a tortura de Yecenia e uma recomendação da Comissão Nacional de Direitos Humanos, o procurador-geral do Estado de Sinaloa insistiu em acusar Yecenia de ter cometido um crime.

“O fato de que nenhum dos torturadores de Yecenia tenha sido preso demonstra a falta de independência das autoridades neste caso. Os torturadores devem ser levados à justiça e Yecenia deve receber uma reparação pelos danos sofridos”.

A Anistia Internacional tem realizado campanhas sobre casos de tortura em todo o México. Yecenia faz parte de um grupo de mulheres corajosas que lançaram uma campanha nacional chamada “Rompendo o silêncio”, sobre a violência sexual e outras formas de tortura que sofreram.

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