As autoridades devem tomar medidas imediatas e eficazes, de uma vez por todas, para por fim à onda de recentes assassinatos de defensores dos direitos humanos e ativistas comunitários e sociais, disse a Anistia Internacional, após a morte de mais um ativista.

Em 11 de setembro, Nestor Ivan Martinez, membro do Conselho Afrodescendente da Comunidade de La Sierra, El Cruce e La Estación, e líder do movimento social Congresso do Povo , foi morto a tiros por assaltantes desconhecidos em uma parte rural de Chiriguana, município no departamento de Cesar. Nestor Ivan Martinez foi ativista em campanhas ambientais e de direitos da terra em Cesar, além de ser contrário a atividades de mineração passadas na região.

Em 29 de agosto, três líderes do Comitê da ONG Integração do Maciço Colombiano (CIMA), Joel Meneses, Nereo Meneses Guzman e Ariel Sotelo, foram parados no veículo em que viajavam e assassinados por um grupo de homens armados no município de Almaguer, no departamento de Cauca.

Na última semana de agosto, quatro membros dos Awá Indígena foram mortos a tiros por homens armados não identificados no Departamento de Narino, incluindo Roberto Camilo Taicús Bisbicus, o líder da reserva Awá Indígena, no município de Tumaco; os irmãos Luciano e Alberto Garcia Pascal Pascal Garcia; e Diego Alfredo Nastacuas Chiran, um membro do povo Awá, que foi morto em Barbacoas Município.

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De acordo com a ONG Somos Defensores, pelo menos 35 defensores de direitos humanos e líderes sociais foram mortos nos primeiros seis meses deste ano.

Esta onda de assassinatos de defensores dos direitos humanos, líderes sociais e comunitários, bem como dos membros das comunidades indígenas, contrasta fortemente com a esperança gerada no país pelo resultado da assinatura formal do acordo de paz entre o Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), agendada para 26 de setembro, em Cartagena.

A Anistia Internacional tem repetidamente afirmado que a principal ameaça aos direitos humanos não emana apenas do combate armado entre os dois lados, mas também contra os civis e os ataques direcionados. Muitos destes ataques são o resultado do desejo por parte de vários grupos armados de controlar o território, habitado especialmente por indígenas e comunidades afrodescendentes e campesinas, a fim de explorar as terras por razões econômicas, inclusive para mineração, petróleo, agroindústria e o tráfico de drogas. 

As autoridades colombianas devem, portanto, tomar urgentemente todas as medidas necessárias, em estreita coordenação com as pessoas e comunidades afetadas, para garantir a segurança das pessoas em risco, e também garantir que aqueles criminoso suspeitos de responsabilidade nesses ataques sejam levados à justiça em tribunais civis.

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