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Imagine você ou alguma mulher que você conheça ir parar na prisão por submeter-se a um aborto.
Em El Salvador, não importa se a gravidez é consequência de um estupro ou se ameaça a vida da mãe: o aborto é proibido em todos os casos.
As mulheres e meninas declaradas culpadas por abortar podem ser condenadas a penas que vão de dois a oito anos de prisão. No entanto, mulheres que sofreram abortos espontâneos foram acusadas de homicídio agravado, crime que pode ser sentenciado com até 50 anos de prisão.
É o caso de María Teresa Rivera, que foi sentenciada a 40 anos por homicídio doloso em 2012. María Teresa não sabia que estava grávida até que um dia, na fábrica de tecidos onde trabalhava, sentiu uma necessidade urgente de ir ao banheiro. Algum tempo depois, foi encontrada por sua sogra, caída no chão e sangrando. Ela, que nem sabia que estava grávida, sofreu um aborto espontâneo. E por este “crime” foi condenada. María Teresa tem um filho de 5 anos. Quando ela sair da prisão, seu filho já será um adulto.
Acesso a métodos contraceptivos
Como não há educação adequada sobre sexualidade e existem obstáculos no acesso a métodos anticoncepcionais modernos no país, El Salvador tem a maior taxa de gravidez de adolescentes da América Latina, e mais da metade de todas as mortes de adolescentes grávidas se dá por suicídio.
Em nenhum outro lugar a discriminação contra a mulher e a desigualdade de gênero se manifestam de modo tão evidente quanto na proibição total do aborto em El Salvador. Não deixe as mulheres e meninas de El Salvador chegarem à beira da morte.