A libertação de Meriam Yehya Ibrahim, uma sudanesa cristã condenada à morte por enforcamento pelo crime de apostasia e à flagelação pelo crime de adultério, nesta segunda-feira (23) é um passo positivo em direção à reparação da injustiça da qual foi vitima”, diz a Anistia Internacional.

Meriam foi libertada hoje da prisão feminina de Omdurman depois do tribunal de recursos a ter considerado inocente das duas acusações. Ela está agora junto do seu marido e dos seus dois filhos.

“A decisão de hoje é um pequeno passo para resolver a injustiça de que Meriam foi vítima,” afirmou Sarah Jackson, Diretora Regional Adjunta da Anistia Internacional. “Contudo, ela nunca deveria ter sido acusada. Meriam foi condenada à morte quando se encontrava grávida de oito meses por algo que não deveria ser crime. O tratamento a que foi sujeita, incluindo permanecer acorrentada, viola a legislação internacional de direitos humanos.”

O caso de Meriam mobilizou mais de um milhão de membros, apoiadores e ativistas da Anistia Internacional pedindo a sua libertação imediata e incondicional.

“A Anistia Internacional quer prestar homenagem a todos os que contribuíram para esta tão grande demonstração de apoio,” disse Sarah Jackson. “As suas cartas mostraram às autoridades sudanesas que as pessoas em todo o mundo estavam indignadas com o caso de Meriam”.

“A Anistia Internacional vai continuar a exigir que as autoridades sudanesas retirem da lei as provisões que criminalizam atos de apostasia e adultério para que mais ninguém tenha que passar pela mesma situação que passou Meriam e que estabeleça uma moratória às execuções como primeiro passo no sentido da abolição da pena de morte.