O brutal assassinato de uma líder indígena em Honduras pinta um quadro terrível dos perigos enfrentados pelos defensores dos direitos humanos e ativistas sociais no país, disse a Anistia Internacional.

Bertha Cáceres, líder e co-fundadora do Conselho dos Povos Indígenas de Honduras (COPAN), foi assassinada a tiros em sua casa, na manhã desta quinta-feira (03), na cidade de La Esperanza, província de Intibucá, oeste de Honduras.

“O assassinato covarde de Bertha é uma tragédia que estava à espera de acontecer. Durante anos, ela tinha sido vítima de uma campanha sustentada de assédio e ameaças para impedi-la de defender os direitos das comunidades indígenas”, disse Erika Guevara-Rosas, Diretora das Américas pela Anistia Internacional.

“A menos que as autoridades de Honduras atuem de forma efetiva para encontrar os responsáveis por este crime hediondo e tomem medidas para proteger outros ativistas como Berta, eles terão sangue em suas mãos. O governo deve levar os responsáveis por este crime à justiça e garantir proteção para a família de Berta e todos os membros da COPINH.”

“A morte de Bertha terá um impacto devastador para muitos ativistas e organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional, que trabalharam com ela para garantir e proteger os direitos de algumas das pessoas mais vulneráveis das Américas.”

A COPINH vinha protestando recentemente contra a construção da barragem de Agua Zarca na comunidade de Río Blanco.

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