Uma onda de protestos se espalhou pelos Estado Unidos depois que um adolescente afro-americano desarmado foi assassinado por um policial em Ferguson, no estado do Missouri. A Anistia Internacional do país esteve em campo monitorando os eventos. Com o retorno de sua delegação de direitos humanos, enviada à Ferguson no dia 14 de agosto, a organização pediu no último dia 18 uma investigação sobre as táticas policiais utilizadas durante os protestos.

A Anistia Internacional dos EUA enviou uma delegação de direitos humanos com 13 pessoas, que incluiu observadores que acompanharam a polícia e atividades de manifestantes e buscaram realizar reuniões com autoridades. Membros da delegação também treinaram ativistas locais em métodos de protestos pacíficos.

“A Anistia Internacional tem uma longa e experiente história de monitoramento e investigação da conduta policial, não apenas em países estrangeiros, mas também aqui em casa nos Estados Unidos”, disse Steven W. Hawkins, diretor executivo da Anistia Internacional dos EUA. “Nossa delegação viajou para o Missouri para fazer com que as autoridades de Ferguson saibam que o mundo está prestando atenção. Queremos uma investigação completa sobre a morte de Michael Brown e da série de eventos que se seguiram”.

Anistia Internacional dos EUA está pedindo:

– Uma investigação imediata, completa, independente e imparcial sobre o assassinato de Michael Brown. A família de Brown deve ser informada ao longo de toda a investigação. Segundo a lei internacional, os agentes da polícia suspeitos de terem cometido atos ilícitos devem ser responsabilizados através de investigação efetiva, e quando justificável, julgados.

– Todos os departamentos de polícia envolvidos no policiamento dos protestos em curso em Ferguson, em resposta à morte de Michael Brown, devem agir de acordo com as normas internacionais de direitos humanos. Quaisquer violações dos direitos humanos em relação ao policiamento de protestos devem ser investigadas de forma independente e imparcial e os responsáveis responsabilizados.

– Uma revisão completa de todos os treinamentos, políticas e procedimentos com relação ao uso da força e do policiamento de protestos devem ser realizados.

“Seguindo em frente, temos de aproveitar este momento para realizar uma ampla revisão de todos os treinamentos, políticas e procedimentos para o uso da força e do policiamento de protestos em Ferguson e em todo o país”, acrescentou Hawkins. “Este é um momento para pessoas de todo o país – e do mundo – juntarem-se à comunidade de Ferguson para levantar o debate sobre racismo e policiamento, e sobre o impacto da militarização em nosso direito fundamental ao protesto pacífico.”