A interminável espiral de violência e repressão durante as manifestações na Venezuela está mergulhando o país em uma crise que ameaça a vida e a segurança da população, disse a Anistia Internacional depois de relatos de pelo menos duas pessoas mortas e vários feridos e detidos durante as manifestações em todo o país ontem (19).
As autoridades venezuelanas confirmaram que Paola Ramírez, 23 anos, e Carlos Moreno, 17, foram mortos a tiros em San Cristobal, Táchira e Caracas, respectivamente.
“Sair às ruas em um dia de protesto na Venezuela não deve ser uma sentença de morte”, disse Erika Guevara-Rosas, diretora para as Américas da Anistia Internacional.
“A combinação trágica de aumento da violência, repressão descontrolada e a falta de ação das autoridades para garantir a liberdade de expressão e a justiça é uma receita tóxica que só perpetua a violência.
“As autoridades venezuelanas devem garantir o direito das pessoas a tomar as ruas para expressar suas opiniões pacificamente e urgentemente investigar todas as alegações de violações dos direitos humanos cometidas durante as manifestações.”
Na véspera da manifestação, o governo anunciou o “Plano de Zamora,” um mecanismo de segurança implantado por forças policiais e militares, juntamente com civis, para preservar a ordem interna.
“O ‘Plano de Zamora’ faz um chamado para que civis façam uso da força. Esta chamada é particularmente preocupante dadas as reiteradas denúncias de abusos por parte de grupos civis armados. É uma receita clara para o desastre”, disse Erika Guevara-Rosas.
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