Seis meses depois do brutal assassinato da defensora de direitos humanos e vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a Anistia Internacional vem se mobilizando globalmente pressionando por respostas para o caso. Uma das forma de cobrar por justiça é a arte. No Brasil, grupos de ativismo de diversos estados criaram painéis em homenagem a Marielle e, em Portugal, um importante festival de arte urbana vai dedicar um mural à brasileira. A inauguração contará com a presença de Monica Benício, companheira de Marielle.

Alinhada a Brave Walls, campanha global da Anistia Internacional que chama atenção para a grave situação de defensores e defensoras de direitos humanos no mundo, o Festival Iminente terá como destaque a participação do português Alexandre Farto, o Vhils, que também é organizador do evento. O artista, que já esteve no Rio de Janeiro denunciando nos muros do Morro da Providência as remoções forçadas no período dos grandes eventos, vai criar um mural com o rosto de Marielle Franco durante o evento que acontece em Lisboa, de 21 a 23 de setembro.

“Sinto-me honrado com o convite da Anistia Internacional para participar da campanha de conscientização pela vida e pelo trabalho de Marielle Franco. Poder usar a minha arte para lançar uma luz sobre o seu caso é um privilégio”, disse Vhils.

“Através da Brave Walls, convidamos artistas a criarem peças incríveis por todo o mundo. Com esta obra de arte em Portugal queremos dar o máximo de visibilidade ao caso de Marielle Franco – não só para celebrar a sua vida inspiradora e continuar a lutar pelas causas que lhe eram queridas, mas também para garantir que os seus assassinos sejam levados à justiça. É a arte, de forma pacífica e audível, que exige justiça e direitos humanos”, afirmou Pedro Neto, diretor executivo da Anistia Internacional Portugal.

“A expressão da arte, em todas as suas formas, é capaz de nos sensibilizar e mobilizar na luta por justiça. Em tempos sombrios e de retrocessos em todo o mundo, é fundamental ocuparmos todos os espaços“, disse Monica Benício, que esteve esta semana em Genebra, na Suíça, denunciando a falta de respostas e pressionando as autoridades brasileiras no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

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Ações de ativismo pelo Brasil

Grupos de ativismo se mobilizaram na Bahia e no Pará para registrar os seis meses sem respostas para o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Em Salvador, os ativistas realizaram uma ação com o objetivo de mobilizar turistas e frequentadores do Farol da Barra. Utilizando tintas, pincéis e um cartaz gigante, eles chamaram a atenção pela resolução imediata do caso. A ação consistiu na elaboração de uma arte-protesto coletiva, em um cartaz de papel pardo de 15 metros de comprimento. O cartaz foi elaborado por artistas e pessoas interessadas em escrever mensagens de apoio e solidariedade.

Já em Belém o grupo de ativismo realizou a atividade “Colorir por Marielle”, que contou com um grafitaço com a participação de artistas locais. Eles fizeram artes sobre Marielle, racismo e negritude. O evento aconteceu em Terra Firme, Praça Perimetral.

“A ação aqui em Belém foi incrível. Fizemos um memorial para as pessoas que já foram brutalmente assassinadas no bairro. Era uma praça sem nome, em uma via super movimentada em Belém, pertinho da Universidade Federal do Pará (UFPA). Muitas pessoas passam por lá, mas nem sabiam que era uma praça. Agora, o nome da praça é Marielle Franco”, disse Naiane, ativista do grupo de Belém.

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