A condenação da iraniana Reyhaneh Jabbari e sua execução depois de uma investigação profundamente falha é uma afronta à justiça, disse a Anistia Internacional.
Reyhaneh Jabbari, 26 anos, foi executada em uma prisão de Teerã na manhã de sábado (25). A condenação se deu devido ao assassinato de um homem que, segundo a jovem, tentou abusar sexualmente dela.
“A chocante notícia de que Reyhaneh Jabbari foi executada é profundamente decepcionante. Esta é mais uma mancha sangrenta no registro dos direitos humanos no Irã”, disse Hassiba Hadj Sahraoui, vice-diretor da Anistia Internacional para o Programa do Oriente Médio e Norte da África.
“Tragicamente, este caso está longe de ser incomum. Mais uma vez, o Irã tem insistido na aplicação da pena de morte, apesar das sérias preocupações sobre a imparcialidade do julgamento.”
Pena de morte no Irã
A pena de morte tem sido aplicada sistematicamente no Irã. A Anistia Internacional já tratou de outros casos de indivíduos condenados injustamente no país, como o caso de Razieh Ebrahimi.
A jovem foi condenada à pena capital por ter assassinado seu marido, com quem se casou aos 14 anos, após anos de abuso sexual e psicológico. O crime foi cometido quando ela ainda era menor de idade, aos 17 anos. Segundo acordos internacionais, dos quais o Irã é signatário, a pena de morte não pode ser aplicada em casos em que o réu for menor de idade na época do crime. A Anistia Internacional acredita que a pena de morte é uma forma abominável de punição e nunca deve ser usada em qualquer circunstância.
Razieh continua presa e sua pena pode ser executada a qualquer momento. A Anistia Internacional Brasil fechou uma petição por ela hoje (27), com 9.877 assinaturas que serão entregues às autoridades responsáveis.
Outras informações
Na próxima semana, o Irã vai ouvir as recomendações dos Estados membros da ONU durante a Revisão Periódica Universal das Nações Unidas. A Anistia Internacional apela aos Estados para usar esta oportunidade para condenar fortemente o uso que Irã faz da pena de morte.