Organizações não governamentais criticaram hoje na Rio+20 (19/06) o uso dos direitos humanos como elemento de barganha nas negociações do documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, apresentado pelo Governo brasileiro.
Direitos humanos são usados como “moeda de troca” para obter consenso na Rio+20, disse Atila Roque, Diretor no Brasil da Anistia Internacional. Roque afirma que o último rascunho do “O Futuro que Queremos” exclui a linguagem de direitos humanos consagrada internacionalmente. Ele exemplificou com a troca do termo “direitos sexuais e reprodutivos” por “saúde reprodutiva”, citando um dos pontos do documento.
O Vice-Diretor-Executivo da Human Rights Watch, Jan Egeland, classificou o documento como retrocesso. Ele criticou a retirada dos deveres empresarias quanto aos impactos negativos de projetos de desenvolvimento, além da ausência de referência ao direito de livre associação. “Acabou predominando uma lógica desenvolvimentista de base meramente econômica”.
A opinião sobre a fragilidade do documento é compartilhada também pelo Diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado. “Os temas de desenvolvimento sustentável foram ampliados e o resultados diminuídos. Trata-se de um retrocesso em relação a 92”.