Relatório que lançamos em 1972 foi o primeiro a listar prováveis torturadores e acusados de tortura durante o regime militar brasileiro. Anos depois, já no período democrático, a partir da instalação das diversas Comissões da Verdade no país, acompanhamos suas atividades, apoiando iniciativas de verdade, memória e justiça empreendidas pelos governos e organizações da sociedade civil. Agimos para estimular políticas de memória, reparação e investigação das graves violações de direitos humanos cometidas durante o regime autoritário no Brasil.

Nos últimos anos, autoridades brasileiras têm se posicionado abertamente a favor das violações de direitos humanos praticadas por agentes de Estado durante o Regime Militar. Diante deste contexto, a Anistia Internacional tem se colocado veementemente contra tais pronunciamentos, agindo em coalizão com organizações-irmãs para chamar a atenção nacional e internacionalmente para as ameaças que essas declarações representam.

Em 2019, diante da publicação de decreto que suspendia as atividades de investigação por peritos forenses no cemitério de Perus, em São Paulo, incluímos a recomendação de revogação do mesmo em carta enviada diretamente ao Presidente Jair Bolsonaro, ao vice-Presidente Hamilton Mourão, à ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e a outros ministros. A Anistia tentou entregar o documento em mãos, mas as autoridades se recusaram a receber representantes da organização. A carta foi, portanto, entregue a secretários e secretárias do governo com quem se reuniu sobre o tema.