A informação de que uma menina de 11 anos que engravidou depois de ter sido estuprada várias vezes, supostamente por seu padrasto, fez uma cesariana nesta quinta (13) marca mais uma vez a necessidade urgente do Paraguai revogar sua draconiana lei anti-aborto, disse a Anistia Internacional.

“Estamos muito satisfeitos em saber que “Mainumby” e o recém-nascido estão em boa saúde, mas ela tem sorte de estar viva. Só o tempo dirá a verdadeira extensão das consequências físicas e psicológicas de sua trágica provação”, disse Erika Guevara, diretora da Anistia Internacional para as Américas.

“O fato de que ‘Mainumby’ não morreu não diminui as violações dos direitos humanos que ela sofreu nas mãos das autoridades paraguaias, que decidiram apostar com a sua saúde, sua vida e integridade apesar das evidências  de que esta gravidez seria extremamente arriscada e apesar dela ser uma criança que foi vítima de um estupro.”

“Esta história trágica ilustra o que está errado com os direitos humanos no Paraguai quando se trata de pobres, mulheres e meninas marginalizadas. A partir do fato de que as queixas da mãe não foram ouvidas durante semanas, à negação de tratamento potencial de salvar vidas. É terrível que sua história continue sendo comum no Paraguai a menos que o governo faça mais para proteger as vítimas de violência sexual, descriminalizar o aborto e garantir a disponibilidade de contraceptivos modernos e acesso à informação sobre direitos sexuais e reprodutivos.”

“Esta menina já sofreu o suficiente do abuso sexual e gravidez resultante de estupro. As autoridades do Paraguai devem agora assegurar que ela tenha acesso a todos os serviços de saúde que ela precisa, que ela possa continuar na escola, e que sua família receba apoio psicológico, econômico e social necessário, de acordo com seus desejos.”

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