Nesta quinta-feira, 1 de novembro, o Ministro da Segurança Pública Raul Jungmann declarou que testemunhas teriam denunciado que haveria uma articulação criminosa, inclusive com participação de agentes públicos, para atrapalhar as investigações do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Diante de tal denúncia, Jungmann declarou que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal irão “investigar as investigações” do caso Marielle para averiguar possíveis interferências indevidas ou irregularidades.

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A Anistia Internacional reitera sua posição, já divulgada anteriormente, sobre a necessidade e urgência do estabelecimento de um mecanismo externo e independente para monitorar as investigações do assassinato brutal da vereadora e defensora de direitos humanos Marielle Franco.

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“O Brasil tem um péssimo histórico de não-investigação de assassinatos de defensores de direitos humanos em geral e a Polícia Civil do Rio de Janeiro não costuma investigar adequadamente homicídios que tiveram a participação de policiais e outros agentes do estado. Diante deste padrão, o risco de que as investigações do assassinato de Marielle Franco não avançassem corretamente sempre foi enorme. Depois de quase oito meses, é inadimissível que não tenhamos uma resposta sobre quem matou Marielle. Já passou da hora de se estabelecer um mecanismo externo e independente para monitorar as investigações” afirma Renata Neder, coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional Brasil.