As condenações de três homens, devido a um ataque brutal e racista contra uma cigana e seu sobrinho, é o “primeiro passo para a justiça”, segundo a Anistia Internacional e Greek Helsinki Monitor – a ONG que fornece representação jurídica gratuita para as vítimas.

Na última terça-feira (04/11), a corte de Missolonghi, entregou sentenças de prisão de oito meses – suspensas por três anos – para os três homens pelo ataque a Paraskevi Kokoni e seu sobrinho, Kostas Theodoropoulos, em Outubro de 2012.

Segundo o especialista em Grécia da Anistia Internacional, Giorgos Kosmopoulos, que observou o julgamento, “essas condenações são só o primeiro passo para a justiça. É igualmente importante notar que a corte, agora, reconhece a motivação racista por trás desses crimes”.

Paraskevi Kokoni e seu sobrinho levaram socos e chutes, além de ataques com troncos de madeira por um grupo de homens enquanto faziam compras em Etoliko, cidade da Grécia ocidental.

Paraskevi relatou à Anistia que foi apontada como parente de um líder cigano local.

O ataque aconteceu em meio a uma série de ataques racistas a famílias ciganas por grupos que gritavam slogans anticiganos e os ameaçavam, nessa mesma cidade, entre agosto de 2012 e janeiro de 2013.

Em outubro deste ano, em um caso separado, esses ataques foram atribuídos a membros e apoiadores da Aurora Dourada, em Etoliko.

Nesse caso, o Ministério Público solicitou o indiciamento de deputados do partido e outros vários membros por envolvimento em organizações criminosas.

Para Panayote Dimitras, porta-voz do Greek Helsinki Monitor, “Esse é um julgamento histórico por ser a primeira condenação, na Grécia, por violência contra ciganos por membros da Aurora Dourada, particularmente por ter sido emitido por um tribunal provincial”.

Não está claro, a partir do que foi dito no tribunal, se a motivação racista foi utilizada como evidência na sentença dos três indivíduos, por causar lesões corporais graves. Somente quando a sentença escrita for liberada.

Giorgos Kosmopoulos argumenta que “O impacto desse julgamento para as vítimas dos crimes de ódio na Grécia será reduzido se a corte – em sua sentença escrita – não reconhecer como um ataque racista”.

Disposições legais que visam combater os crimes de ódio estão em vigor na Grécia há alguns anos. Contudo, investigadores frequentemente deixam de examinar possíveis motivações racistas, assim como promotores raramente apresentam esse tipo de prova no tribunal.

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