Shackelia Jackson (Jamaica) – No dia 20 de janeiro de 2014, agentes da polícia jamaicana que buscavam um “jovem rastafári” entraram no restaurante onde trabalhava Nakiea Jackson e dispararam contra ele. Desde então, sua irmã Shackelia busca esclarecer a verdade e levar os responsáveis à justiça. Mas não tem sido fácil: Shackelia, sua família e pessoas relacionadas com o caso têm sofrido intimidações – a ponto de uma das testemunhas não comparecer ao tribunal por medo de represálias, atrasando todo o processo. Shackelia se converteu em uma voz que denuncia não apenas o assassinato de seu irmão, mas também todas as vítimas de abusos policiais que são cometidos na Jamaica. Queremos que o governo da Jamaica proteja Shackelia e garanta justiça para todas as pessoas assassinadas pela polícia.

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Farid & Issa (Israel) – O israelense Issa Amro e o palestino Farid al Trash são defensores pacíficos de direitos humanos que se opõem a violações de direitos derivadas da ocupação israelense em territórios palestinos. Eles querem o fim dos assentamentos em cidades palestinas – considerados crimes de guerra. Israel converteu várias zonas dos territórios ocupados em áreas de acesso proibido aos palestinos ao mesmo tempo que os israelenses podem circular livremente. Issa e Farid tem sofrido ataques e ameaças constantes de colonos e soldados israelenses e estão com vários processos e acusações contra eles. Queremos que Israel retire imediatamente todos os processos contra Issa e Farid.

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Clovis Razafimalala (Madagascar) – Pai de duas meninas e ativista ambiental, Clovis faz o que pode para preservar o jacarandá, árvore de uma madeira valiosa que se encontra ameaçada na região por causa da extração ilegal. Apesar da legislação contrária, o mercado ilegal de jacarandá está no auge, movimentando milhões de dólares por ano. O ativismo de Clovis tem um preço: em setembro de 2016, foi preso acusado de liderar um protesto violento – embora testemunhas afirmem que ele estava em um restaurante no momento da prisão. Em julho, Clovis foi declarado culpado sob acusações falsas e condenado a cinco anos de prisão condicional. Se ele voltar a atuar, pode ser preso a qualquer momento. Queremos que o governo de Madagascar anule imediatamente a condenação de Clovis.

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Movimento Indígena MILPAH (Honduras) – O povo indígena Lenca sobrevive de sua terra, que se encontra ameaçada por interesses de grandes mineradoras e hidrelétricas. O Movimento Indígena Lenca Independente de La Paz (MILPAH) lidera a luta contra estes interesses, mas seus membros enfrentam campanhas de difamação, ameaças de morte e agressões físicas, sendo que seus agressores raramente respondem por seus atos na Justiça. Em julho do ano passado, dois homens ameaçaram matar Martín Gómez, membro do MILPAH, mas mesmo assim a organização promete continuar a sua luta. Queremos que o governo de Honduras ofereça proteção imediata ao MILPAH.

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Hanan Badr El-Din (Egito) – A última vez que Hanan Badr el Din viu seu esposo foi pela televisão, ferido, em um hospital, depois de participar de uma manifestação em julho de 2013. Ao chegar ao local, não o encontrou e, embora tenha procurado em delegacias, prisões e hospitais, não obteve informações sobre seu paradeiro. Ele é uma das centenas de pessoas desaparecidas pelas mãos das forças de segurança egípcias, apesar do governo negar que os desaparecimentos ocorram no país. Hanan não se intimidou e fundou, com parentes de outras vítimas, um grupo para averiguar a verdade por trás destes desaparecimentos. Por sua luta, Hanan foi presa e acusada injustamente de pertencer a grupos ilegais – o que pode deixá-la por pelo menos cinco anos na prisão. Queremos que o governo do Egito retire todos os processos contra Hanan e a liberte imediatamente.

Ni Yulan (China) – No período que antecedeu os Jogos Olímpicos de Pequim de 2008, regiões inteiras da cidade foram demolidas para dar espaço a novas construções. A advogada Ni Yulan ofereceu assessoria jurídica a famílias que perderam suas casas, tendo ela mesma sido desalojada pelas autoridades chinesas. Mas a luta de Ni Yulan em defesa dos direitos humanos é antiga e o preço que ela paga é alto: está submetida a vigilância há quase 20 anos. Desalojaram-na de sua casa pelo menos sete vezes – sendo a última em abril deste ano – passou cinco anos e meio na prisão e, como consequência da tortura que sofreu no cárcere, está em uma cadeira de rodas. Queremos que as acusações contra Ni Yulan sejam retiradas e que o Estado interrompa a campanha de perseguição contra ela.

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Istambul 10 (Turquia) – Grupo de dez defensores de direitos humanos – entre eles o Presidente do Conselho e a diretora da Anistia Internacional Turquia Taner Kiliç e Ídil Eser – que estão presos sob a absurda acusação de “ajuda a uma organização terrorista”. As detenções fazem parte de esforços do governo turco para silenciar seus críticos. Desde a tentativa de golpe, em julho de 2016, mais de 150 mil pessoas tem sido objeto de investigação criminal no país. Queremos que o governo da Turquia deixe de perseguir estes defensores e defensoras de direitos humanos e os liberte.

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Sakris Kupila (Finlândia) –  Sakris nunca se identificou com o gênero com o qual nasceu, o feminino. No entanto, o estudante de Medicina de 21 anos suporta diariamente a vergonha de ter um documento de identidade com nome de mulher. Ainda adolescente Sakris elegeu um novo nome, considerado masculino, mas pela legislação finlandesa não se pode ter um nome correspondente a outro gênero que não o do nascimento. Para usar o novo nome teve que ser diagnosticado com “transtorno mental” e, para obter a redesignação de gênero ele deve submeter-se à esterilização compulsória. Ele se nega a este tratamento humilhante e pede que a legislação seja mudada. Devido à sua luta, Sakris tem recebido ameaças e sofre hostilidades, mas não pensa em se calar. Queremos que o governo da Finlândia reforme a lei e apoie ativistas pelos direitos das pessoas trans.

Xulhaz Mannan (Bangladesh) – Fundador da única revista LGBTIQ de Bangladesh, país onde as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são ilegais, Xulhaz Mannan e um amigo foram mortos a machadadas por desconhecidos em seu apartamento, na frente de sua mãe de 75 anos. Há suspeitas de que os agressores pertencem a Ansar al Islam, grupo extremista responsável por uma infinidade de ataques semelhantes. Mais de um ano depois, ninguém foi acusado pelo crime – apesar dos indícios, declarações de testemunhas e imagens de segurança. Além da lentidão nas investigações, o governo tem atribuído a culpa às vítimas, dizendo que movimentos que promovem “sexo antinatural” não estão permitidos em Bangladesh. Esta situação transmite uma mensagem desanimadora para ativistas LGBTIQ e qualquer pessoa que questione a ordem estabelecida. Queremos que o governo de Bangladesh leve os assassinos de Xulhaz a justiça.

Mahadine (Chade) – Ciberativista e pai de sete filhos, Tadjadine Mahamat Babouri, mais conhecido como Mahadine, publicou vários vídeos no Facebook acusando o governo de corrupção e má utilização de dinheiro público. Ele denunciou que a crise econômica estava asfixiando a nação, dependente do petróleo e de seu preço no mercado internacional. Uma “ousadia” que teve graves consequências: Mahadine foi raptado na rua, à luz do dia, aparentemente por agentes do serviço de inteligência. Ele afirma que foi golpeado e torturado com choques elétricos e preso durante semanas, sendo levado de uma prisão a outra. Ele agora enfrenta a prisão perpétua e está gravemente doente. Ele necessita urgentemente de cuidados médicos, já que contraiu tuberculose na prisão. Queremos que Mahadine seja libertada imediamente.

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