Neste domingo, 28 de maio, a Anistia Internacional completa 56 anos de vida lutando por direitos humanos em todo o mundo. Temos muito a nos orgulhar desta História, por isso destacamos cinco fatos para que você conheça melhor o nosso trabalho.

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1) A Anistia Internacional é uma das maiores organizações de direitos humanos no mundo

A Anistia Internacional constitui-se de um movimento que reúne mais de sete milhões de pessoas em todo o globo. Atua por meio da investigação, denúncia e realização de campanhas para proteger pessoas e comunidades que tem seus direitos humanos ameaçados ou violados. A Anistia Internacional tem presença em todos os continentes, seja com escritórios, acompanhamento da situação de direitos humanos ou o trabalho de ativistas, voluntários que levam a mensagem e as mobilizações da Anistia Internacional para seus territórios.

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2) O pontapé inicial da história da Anistia Internacional

O advogado inglês Peter Benenson se indignou ao ler no jornal uma notícia sobre dois estudantes que haviam sido presos em Portugal por fazer um brinde à liberdade durante a ditadura salazarista. Indignado, ele escreveu um artigo publicado no jornal “The Observer”. O texto começava assim:

“Abra o seu jornal em qualquer dia da semana e você encontrará uma notícia de algum do mundo onde alguém foi preso, torturado ou executado porque suas opiniões ou religião era inaceitável aos olhos de seu governo. Há milhares de pessoas assim nas prisões – atrás das grades por nenhuma razão – e os números estão crescendo. O leitor sente-se impotente. No entanto, se este sentimento de desgosto em todo mundo pudesse se unir em ações, algo efetivo poderia ser feito”.

Peter Benenson, 1961.

A resposta ao “apelo para anistia”, que finalizava o artigo deu certo. Um mês depois, mais de mil pessoas haviam manifestado seu apoio, nascia aí a Anistia Internacional.

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3) Prêmio Nobel

Em 1977, a Anistia Internacional recebeu um dos mais importantes reconhecimentos mundiais por seu trabalho por direitos humanos, o Prêmio Nobel da Paz. Veja parte do discurso de anúncio que valoriza a atuação da organização contra a injustiça para semear a paz.

“Estamos satisfeitos que o Comitê Nobel concorde em conceder o Prêmio Nobel da Paz de 1977 para os 168 mil indivíduos em 107 países que compõem os membros ativos e simpatizantes da Anistia Internacional. Eu estou aqui em nome deste Comitê. Estamos satisfeitos sobre o reconhecimento de que a paz e a promoção dos direitos humanos são inseparáveis. A paz não é medida pela ausência de guerra, mas construída sobre as fundações de justiça. Onde há injustiça, há a semente do conflito. Onde são violados os direitos humanos, há ameaças à paz(…).”

Mümtaz Soysal, 1977.

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4) A primeira ação urgente foi para o Brasil

A ditadura no Brasil teve um papel importante para inspirar um dos principais instrumentos de trabalho da Anistia Internacional para pressionar governos até os dias de hoje. Em 1983, o professor Luis Basilio Rossi, que atuava como advogado trabalhista, acadêmico e ativista político, desapareceu após ser abordado por forças de segurança. Sabendo do histórico de torturas após a detenção arbitrária de pessoas consideradas “subversivas” pelo governo, a pesquisadora Tracy Ultveit-Moe sugeriu fazer um resumo do caso com algumas instruções que instruíam ativistas e apoiadores a mandarem cartas para o governo brasileiro perguntando sobre o paradeiro do professor e pedindo que ele não fosse torturado. Deu certo! Algumas semanas depois, ela soube por meio de uma carta da esposa de Luis Basilio Rossi que ele estava bem.

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5) O escritório brasileiro

Embora a Anistia Internacional atuasse em casos brasileiros desde a década de 70, esta atuação era limitada. Como parte da estratégia de se aproximar dos países do hemisfério sul e incorporar ativistas desses países ao movimento global pelos direitos humanos, a Anistia Internacional vai para o Brasil e abre uma sede na cidade do Rio de Janeiro no ano de 2012. Um escritório nacional também foi inaugurado na Índia.