No 40º aniversário do golpe da Argentina, em 1976, a Anistia Internacional destaca os resultados alcançados nos últimos anos pela sociedade argentina nos a julgamentos de mais graves violações dos direitos humanos cometidas pela ditadura cívico-militar.

“O processo da memória, verdade e justiça que se desenvolveu em nosso país, é observado e admirado no mundo. Isso se vê hoje com as visitas de líderes estrangeiros que querem não só atender e ouvir as famílias das vítimas, mas também resgatar espaços de memória e direitos humanos”, disse Mariela Belski, diretora-executiva da Anistia Internacional Argentina.

O caminho que a Argentina retomou após a revogação das leis de Ponto Final e Obediência Devida é um avanço que teve seu ponto de partida mais de 30 anos atrás, em 1985, com o chamado julgamento das Juntas.
Este foi o único caso na história da América Latina em que as principais autoridades do governo durante o qual foram cometidos crimes contra a humanidade foram levados à justiça a prestar contas.

De acordo com informações compiladas pelo Escritório de Crimes contra a Humanidade, foram 156 julgamentos; 669 condenados e 62 absolvidos em um contexto com mais de 2300 pessoas acusadas.

Neste contexto, as lições do processo argentino foram analisadas em muitos países. Apenas um exemplo é a situação no Sri Lanka, um país da Ásia que estava imerso em um longo conflito armado dos anos 80, que deixou cerca de 80.000 desaparecidos e onde ainda se busca justiça.

“Tem havido um enorme progresso, mas ainda há grandes desafios, como a análise da participação de civis durante o golpe e a continuidade do julgamento de crimes contra a integridade sexual cometidos durante a ditadura”, disse Belski.

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