Nesta terça, 26 de julho, faz 26 anos desde o desaparecimento forçado de 11 jovens no Rio de Janeiro, o crime ficou conhecido mundialmente como a Chacina de Acari. Os corpos nunca foram localizados e os responsáveis não foram levados à justiça. A impunidade tem sido uma forma de continuidade da violência contra esses jovens e suas famílias.

A Chacina de Acari revela a incapacidade do Estado brasileiro de garantir justiça para os casos de violência policial, desaparecimentos forçados e mortes por grupos de extermínio no país, afirma a Anistia Internacional. 

As mães dos jovens de Acari foram intimidadas e ameaçadas por se organizarem e levantarem suas vozes por justiça e contra a violência dos grupos de extermínio na região. O movimento ficou conhecido como Mães de Acari. Pelo menos três mães estão mortas, uma delas foi brutalmente assassinada após supostamente ter encontrado informações sobre o paradeiro dos jovens.

Nos anos 1990, a Anistia Internacional acompanhou de perto o caso da Chacina de Acari, enviando pesquisadores para pressionar o governo estadual, articular encontros com ministério público e outras instâncias envolvidas e dar suporte às Mães de Acari. Desde a Chacina de Acari, a Anistia Internacional passou a acompanhar outros casos semelhantes que se repetiram na cidade do Rio de Janeiro.

Em 2015, a um ano dos Jogos Olímpicos #Rio2016, a Anistia Internacional publicou o relatório “Você matou meu filho!”, com base em uma série de casos de homicídios praticados por policiais militares nos anos de 2014 e 2015 na cidade do Rio de Janeiro, em particular na favela de Acari – localizada na área com maior número de registros de homicídios decorrentes de intervenção policial na cidade. Em 2014, foram 10 casos registrados em Acari. A Anistia conseguiu informações sobre nove desses dez casos. Em todos os nove casos, a pesquisa revelou que há fortes indícios de execuções extrajudiciais.

No mesmo ano, protocolamos 60 mil assinaturas na sede do Governo do Estado exigindo o film das execuções extrajudiciais pela polícia. Continuamos nossa mobilização por uma política de segurança pública que respeite os direitos humanos, neste momento em que todo o mundo olha para a cidade sede das olimpíadas. Participe desse movimento. Assine a petição “Rio 2016: A violência não faz parte desse jogo!

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