A morte de quase 300 pessoas que estavam a bordo de uma aeronave da Malaysia Airlines, que caiu  numa área de intenso conflito armado no Leste da Ucrânia, tem que ser imediatamente investigada de forma imparcial e eficaz, insta a Anistia Internacional.

Ambos os lados envolvidos no conflito precisam cooperar nessa investigação para que sejam determinadas as causas e circunstâncias exatas deste acidente, que ocorreu na quinta-feira, 17 de julho.

“É imperativo que se inicie uma investigação no local, por peritos independentes internacionais, com a cooperação total de ambas as partes envolvidas no conflito”, ressalta o vice-diretor do Programa para Europa e Ásia Central da Anistia Internacional, Denis Krivosheev.

O apelo da Anistia Internacional é realizado uma semana após a publicação de um novo relatório, fruto de uma missão à região, em que pesquisadores da organização detalham casos de rapto e tortura, assim como outros maus-tratos, infligidos a observadores internacionais, jornalistas e civis na região do Leste da Ucrânia onde o avião da Malaysia Airlines caiu.

A zona onde se encontram os destroços do Boeing 777, que levava 298 pessoas a bordo, está sob o controle de grupos armados separatistas pró-russos.

“Na atual situação nesta região da Ucrânia, a investigação será um desafio. Para qualquer inquérito ter verdadeiro significado e credibilidade, ambos os lados no conflito têm de garantir que os investigadores poderão agir com total acesso à zona dos destroços e assegurar também a sua segurança”, avançou ainda Denis Krivosheev.

O vice-diretor do Programa para Europa e Ásia Central da Anistia Internacional reitera que a investigação “deve considerar todas as alegações credíveis tanto contra as forças governamentais ucranianas como contra os grupos armados separatistas”. “[A investigação] tem de responder a todas as perguntas relevantes e as suas conclusões têm de ser divulgadas com total transparência”, completa.