Na sequência da decisão do tribunal de Izmir de não libertar Taner Kılıç, defensor de direitos humanos e presidente do conselho da Anistia Internacional Turquia, Salil Shetty, secretário-geral da Anistia Internacional, declarou:

“Nas últimas 24 horas, vimos o inconstante sistema de justiça da Turquia em ação. Enquanto liberta com uma mão, a outra, confrontada com as mesmas acusações não menos infundadas, priva da liberdade. A libertação dos dez de Istambul na noite passada restaurou a fé no sistema de justiça da Turquia. Hoje, essa fé foi por água abaixo”.

“As autoridades turcas têm presumido repetidamente e publicamente a culpa de Taner Kılıç, com base em sugestões e alegações infundadas. Seguimos firmes na campanha pela libertação do presidente do nosso conselho e pela anulação das acusações contra todos os defensores de direitos humanos na Turquia”, completa.

Contexto

O juiz aceitou o pedido do promotor para juntar o caso de Taner ao dos dez defensores de direitos humanos presos em um workshop fora de Istambul sob o infundado motivo de que ele estava ciente dos preparativos para a reunião e em contato com a diretora da Anistia Internacional no país, İdil Eser, sobre sua participação na atividade.

Taner Kılıç, presidente do conselho da Anistia Internacional Turquia, é acusado de “adesão à Organização Terrorista Fethullah Gülen”. Esta acusação toma por base a suposta alegação de que Taner baixou e usou o aplicativo de mensagens ByLock – as autoridades alegam que o aplicativo é usado pelo movimento Gülen para se comunicar. No entanto, duas análises forenses independentes do telefone de Taner solicitadas pela Anistia Internacional constataram que não havia vestígio do ByLock no telefone.

Para a análise da Anistia Internacional sobre o caso contra Taner Kılıç, clique aqui.

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