Julgamento em massa de 494 réus que podem enfrentar a pena de morte no Egito foi adiado para 26 de abril.

A Anistia Internacional, expressa preocupação com o bem-estar dos 494 réus de um julgamento em massa que foi adiado ontem (29) na prisão de Wai al Natroun, no norte do Cairo, depois que advogados de alguns réus submeterem petições ao tribunal. O julgamento foi adiado até 26 de abril de 2015, para consideração dessas petições.

Os advogados de Ibrahim Halawa, um dos réus, apelaram para que o tribunal o liberasse sob fiança após apresentar provas de que ele era inocente de suas acusações, ser cidadão irlandês além de menor de idade (17 anos) quando foi preso. O embaixador do governo irlandês no Egito, Isolde Moylan, estava presente na sala do tribunal para a audiência.

A Anistia Internacional expressou preocupação a respeito desse sistema disfarçado de justiça. O Diretor executivo da Anistia Internacional da Irlanda, Colm O’Gorman, disse que:

“A Anistia Internacional está extremamente preocupada não somente com o julgamento em massa no qual os réus sofrem acusações forjadas, sem levar em consideração a responsabilidade criminal de cada indivíduo. Além disso, estamos preocupados com as condições de segurança dos detidos, especialmente de Ibrahim Halawa, prisioneiro de consciência irlandês.”

“As condições de detenções nas quais ele se encontra tem tortura psicológica, além de estar cercados daqueles que foram condenados à morte e estão esperando execução. Adiciona-se o impacto psicológico de se dividir uma cela com prisioneiros que serão executados.”

A família de Ibrahim tem medo de que ele esteja sendo submetido à tortura e maus-tratos na prisão. A Anistia Internacional está profundamente preocupada com o impacto da prisão e detenção contínua na saúde e no bem estar desse jovem.

Ele está preso há mais de 19 meses, e tinha 17 anos quando foi preso. Ibrahim permanece sem julgamento até hoje. Se for condenado, ele pode receber a pena de morte. Não há dúvidas de que as condições e tratamentos da prisão não cumprem os padrões das leis internacionais. O ambiente carcerário egípcio é duro e há preocupações graves sobre as condições de tratamento dos prisioneiros.