Neste artigo, trazemos alguns fatos que ajudam a entender por que é tão importante termos respostas para o brutal assassinato da defensora de direitos humanos Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes – e por que esse crime afeta diretamente toda a sociedade.

  • Mas, antes de tudo: quem foi Marielle Franco?

Há muito o que se falar sobre Marielle. Aqui, destacamos que ela era uma notável defensora de direitos humanos no Rio de Janeiro, e muito conhecida por sua incansável atuação na cidade e Região Metropolitana. Desde muito antes de ser eleita vereadora, denunciava violações de direitos humanos, em especial contra jovens negros, mulheres e pessoas LGBTI, além de abusos cometidos por policiais em serviço e execuções extrajudiciais.

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  • O que aconteceu com Marielle Franco?

No dia 14 de março de 2018, Marielle Franco, 38 anos, foi morta a tiros na região central do Rio de Janeiro, quando voltava de um evento no qual palestrava. Mais de dez disparos atingiram o veículo, exatamente na direção em que Marielle se encontrava. Quatro desses disparos atingiram sua cabeça. Anderson Pedro Gomes, 39 anos, dirigia o carro e também foi atingido por pelo menos três tiros nas costas. Marielle e Anderson morreram no local.

  • Por que é tão necessário e urgente termos respostas sobre o assassinato de Marielle Franco?

1. Marielle dedicou sua vida à defesa de direitos das mulheres, população LGBTI, população negra e moradores de favelas e periferias. Por mais de dez anos, ela apoiou vítimas de violências, inclusive policiais e seus familiares. Marielle ocupou cargos importantes para a defesa democrática de direitos: foi coordenadora da comissão de defesa dos direitos humanos e cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) e, depois, vereadora da cidade. Após seu assassinato, cinco de seus projetos foram aprovados pela Câmara: todos eles com propostas para mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade;

2. O assassinato de uma defensora de direitos humanos é uma tentativa de intimidar e silenciar a todas e todos que lutam por direitos;

3. O Brasil é um dos países mais perigosos para se defender direitos humanos. A impunidade em crimes contra defensoras e defensores reforça a manutenção desse quadro e fazer justiça para Marielle é um passo importante para proteger todas as pessoas que defendem direitos humanos no país;

4. O Brasil tem obrigação de promover, garantir e respeitar os direitos humanos por ser uma das nações que assinou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A Declaração sobre Defensores de Direitos Humanos, adotada pelas Nações Unidas em 1998, também estabelece garantias para quem atua na defesa de direitos;

5. O assassinato de Marielle, uma vereadora eleita pelo povo do Rio de Janeiro, é um ataque também aos direitos de todas as pessoas que ela representava. Falando em representatividade, Marielle é uma das 32 mulheres negras entre 811 vereadores eleitos em todas as capitais brasileiras em 2016;

6. Marielle Franco criticava as violações de direitos humanos e os abusos decorrentes das políticas de segurança pública. Durante seu mandato, presidiu a Comissão de Defesa da Mulher e integrou uma comissão de monitoramento da Intervenção Federal no Rio em 2018. O assassinato da vereadora impactou gravemente atividades legislativas de grande interesse público;

7. O assassinato de Marielle Franco é um ataque à possibilidade do debate livre sobre a política de segurança pública e uma resposta ineficiente do Estado a esse crime pode ser um grave precedente contra a atuação crítica de representantes populares em espaços políticos.

Há dois anos, pessoas no mundo inteiro cobram uma resposta sobre quem matou e quem mandou matar Marielle Franco. A investigação do caso está acontecendo com vazamentos de informações, desencontros de declarações por parte das autoridades e ausência de compromisso com a verdade e a justiça.

>> Assine a petição e ajude-nos a pressionar as autoridades: quem mandou matar Marielle e por quê?

Falta transparência, faltam respostas! Defensoras e defensores de direitos humanos são pessoas que atuam por um mundo mais justo para todas e todos, são pessoas que se dedicam a garantir nossos direitos mais básicos. Infelizmente, Marielle não foi a primeira defensora de direitos humanos assassinada no Brasil e, para nós, a falta de resolução do brutal assassinato da vereadora do Rio de Janeiro é um forte indicador de que as autoridades toleram as violências cometidas contra ativistas.

Muitas perguntas ainda precisam ser respondidas e nós queremos saber: quem mandou matar Marielle, e por quê?

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