Em resposta ao anúncio desta sexta-feira (1) de que o policial militar responsável pelo homicídio do jovem Alan de Souza Lima, 16 anos, foi condenado a 27 anos de prisão e expulso da Polícia Militar, Renata Neder, Coordenadora de Pesquisa, Políticas e Advocacy da Anistia Internacional Brasil, declarou:
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“O fato deste caso ter sido investigado de forma apropriada e julgado em tribunal civil em um pouco mais de dois anos é uma importante vitória não apenas para a família de Alan, mas para todos os familiares de vítimas de homicídios cometidos pela polícia no Rio de Janeiro.
“A falta de investigação e o padrão de impunidade em casos de homicídios cometidos pela polícia alimenta o ciclo de violência policial e envia a mensagem de que execuções extrajudiciais são toleradas pelas autoridades. A condenação do policial responsável pela morte de Alan é um importante passo para quebrar este ciclo”.
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Contexto
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Alan foi executado por um policial militar em 20 de fevereiro de 2015 na favela da Palmeirinha, zona norte do Rio de Janeiro. Seu caso foi documentado pela Anistia Internacional no relatório Você matou meu filho.
No Rio de Janeiro, intervenções policiais resultam na morte de milhares de pessoas todos os anos e o número de homicídios está aumentando. Em 2015, 645 pessoas foram vítimas de homicídios decorrente de intervenção policial no estado do Rio de Janeiro e em 2016 este número chegou a 925 vítimas letais. A maioria das vítimas é de jovens negros do sexo masculino que vivem em favelas e outras áreas marginalizadas.
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Saiba mais
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