O anúncio do Procurador-Geral do México, de que todos os estudantes desaparecidos de Ayotzinapa estão mortos é prematuro e arrisca cercear uma investigação completa e minuciosa sobre esta tragédia, disse a Anistia Internacional.

Ontem (27), o Procurador-Geral Jesus Murillo Karam, anunciou que poderia provar que os estudantes estavam mortos, baseando-se principalmente em confissões de suspeitos presos. Contudo, ele foi incapaz de mostrar uma forte evidência.

Segundo Erika Guevara-Rosas, Diretora do programa das Américas da Anistia Internacional, “se o Procurador-Geral espera que esse pronunciamento coloque um fim nessa tragédia, então ele está errado. Ainda existem muitas, muitas questões que não foram respondidas, como a cumplicidade, por ação ou omissão, do exército e de outras autoridades no ataque contra esses estudantes”.

“Eu conheci as famílias daqueles que foram deixados para trás, eu vi a sua dor e não é algo que pode ser empurrado para baixo do tapete. O histórico turbulento do México em relação a investigações de polícia é apenas mais uma razão para que as investigações continuem, até que se tenha uma prova sólida do que aconteceu a esses jovens.”

Hoje (28), a Anistia Internacional enviou uma carta aberta para o Procurador-Geral, delineando as preocupações em relação à investigação até agora.