O governo mexicano deve resolver urgentemente as graves lacunas em sua investigação sobre o desaparecimento forçado de 43 alunos, depois que peritos forenses lançaram grandes dúvidas sobre o inquérito do Procurador-Geral, relata a Anistia Internacional.

O recente relatório da Equipe Argentina de Antropologia Forense (Equipo Argentino de Antropologia Forense, EAAF), – rede de peritos forenses profissionais, revela que era hipotético e completamente prematuro o  anúncio feito pelo procurador-geral do México, Jesús Murillo Karam, de que ele iria encerrar o caso, uma vez que foram encontrados restos humanos  no  aterro de lixo em Cocula . A EEAF afirmou que não há nenhuma evidência científica que sugira que os restos humanos encontrados em Cocula são os dos alunos desaparecidos.

“Esta nova evidência lançou dúvidas sérias sobre a investigação feita pelas autoridades mexicanas. A pressa do Procurador-Geral para fechar este caso com base no que se sabe agora ser uma posição tendenciosa e que não pode ser provada, começa a parecer um encobrimento da verdade. É fundamental que a Procuradoria agora conceda à EAAF pleno acesso a seus arquivos, deixando-os seguir com a necessária perspectiva da investigação”, disse Erika Guevara Rosas, Diretora da Anistia Internacional para as Américas.

A Procuradoria Geral também não revelou que o lixão onde alegadamente foram encontrados os restos humanos, ficou sem supervisão durante várias semanas em novembro do ano passado, e portanto as evidências encontradas podem ter sido adulteradas.

A Anistia Internacional reuniu-se com as famílias dos desaparecidos e ouviu suas histórias.