A decisão do Ministério Publico do Estado do Rio de Janeiro de denunciar por homicídio um policial militar pela morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morto com um tiro de fuzil na cabeça no último 02 de abril durante uma operação policial no Complexo do Alemão, é um sinal positivo do compromisso do órgão com seu papel de controle externo da atividade policial. A informação foi revelada hoje (18) em matéria do Jornal Nacional.

As contradições apontadas pelo promotor no inquérito elaborado pela Divisão de Homicídios reforçam a fala detestemunhas, como a própria mãe de Eduardo, Terezinha Maria de Jesus, de que não havia confronto no momento que o menino foi morto na porta de casa. Os depoimentos de policiais que participavam da operação indicam fortes incongruências em relação à conclusão do inquérito da Divisão de Homicídios, que alega legítima defesa.

“A apuração da morte do menino Eduardo pode se tornar um divisor de águas na luta contra impunidade e uma ação importante do Ministério Público do Rio de Janeiro em seu relevante papel de controle externo da atividade policial, especialmente quando falamos de uma polícia que matou mais de mil pessoas entre 2014 e 2015, em supostos confrontos. A transparência e agilidade nessa investigação é uma forma de proteger a todos”, afirma Atila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional Brasil.

Terezinha encontra-se atualmente na Suíça a convite da Anistia Internacional para a iniciativa Jovem Negro Vivo Pelo Mundo . O objetivo é chamar atenção para a urgência de medidas concretas para acabar com os homicídios praticados pela polícia e para a necessidade de um debate amplo sobre o alto número de homicídios de jovens no Brasil.

A pressão continua! Envie um email ao Ministério Público e posicione-se agora por justiça.

#JustiçaParaEduardo