A Anistia Internacional manifesta sua satisfação pela libertação da advogada iraniana de direitos humanos, Nasrin Sotoudeh, e de ao menos outros 11 ativistas políticos.
“Estas liberações são uma notícia positiva, e devem ser um primeiro passo para a abertura de um caminho para libertar todos os prisioneiros de consciência reclusos exclusivamente pelo exercício pacífico de seus direitos”, disse Hassiba Hadj Sahraoui, vice-diretora do Programa para o Oriente Médio e Norte da África da Anistia Internacional.
Nasrin Sotoudeh foi condenada a seis anos de prisão em 2010 por “difundir propaganda contra o sistema” e “agir contra a segurança nacional”; os motivos eram, entre outros, sua participação no Centro para a Defesa dos Direitos Humanos.
Enquanto esteve presa, a Anistia Internacional a adotou como prisioneira de consciência e fez campanha por sua libertação imediata e incondicional.
“Para que isso seja mais do que uma medida simbólica, as autoridades iranianas devem anular a sua condenação à prisão e revogar as proibições que a impedem de viajar e praticar a advocacia. Também devem pôr fim à perseguição e ao encarceramento sistemático a que são submetidas as pessoas que trabalham para defender os direitos humanos”, declarou Hassiba Hadj Sahraoui.
As autoridades iranianas não explicaram o motivo de sua liberação nem indicaram se é uma libertação incondicional.
“A libertação de Nasrin Sotoudeh e outras pessoas devem marcar uma mudança fundamental nas políticas de direitos humanos no Irã e na maneira como as autoridades tratam os ativistas pacíficos que expressam opiniões críticas. Caso contrário, corre o risco de ser visto como um ato calculado de relações públicas às vésperas da reunião da Assembleia Geral da ONU que será realizada na próxima semana em Nova York.”
A experiência de Nasrin Sotoudeh sob custódia ilustra o tratamento que recebem os presos políticos nas prisões iranianas. A advogada foi proibida de receber visitas periódicas de seu marido, Reza Khandan, e de seus dois filhos. Em uma ocasião, seu marido foi detido durante uma noite por seu ativismo pacífico para conseguir a libertação de Nasrin Sotoudeh. Em 2010, as autoridades também impuseram à sua filha de 13 anos uma proibição ilegal de viajar.
Da prisão, Nasrin Sotoudeh manteve uma greve de fome de 49 dias, que encerrou quando as autoridades revogaram a proibição.
Nasrin Sotoudeh agradeceu os membros da Anistia Internacional que empreenderam ações em favor de sua libertação. “Tive conhecimento de todos os seus esforços em meu favor, e quero agradecer a vocês e a todos os seus colegas por seu trabalho”, declarou.