A história de Alexandre Anderson

Alexandre Anderson de Souza é pescador e presidente da Associação Homens e Mulheres do Mar – AHOMAR. Ele e sua esposa, Daize Menezes de Souza, têm recebido ameaças constantes devido ao seu trabalho em defesa da pesca artesanal na Baía de Guanabara.

A mobilização dos pescadores em defesa da Baía de Guanabara e da pesca artesanal resultou em ameaças constantes às lideranças e aos membros da AHOMAR. As ameaças estão relacionadas às denúncias apresentadas pelos pescadores sobre o impacto social e ambiental da instalação de um complexo petroquímico na região.

Já são quatro pescadores mortos. Em 22 de maio de 2009, o tesoureiro da AHOMAR, Paulo César dos Santos, foi espancado e assassinado com um tiro na cabeça diante de sua esposa e filhos. No ano seguinte, Márcio Amaro, membro fundador da associação, também foi morto a tiros em sua casa. Até hoje, nenhum desses dois casos foi solucionado.

Em 2012, mais dois pescadores foram mortos. Em junho, os corpos de Almir Nogueira de Amorim e João Luiz Telles Penetra, pescadores e membros ativos da AHOMAR, foram encontrados na Baía de Guanabara. As investigações preliminares da divisão de homicídios da Polícia Civil indicam que ambos foram amarrados antes de serem afogados.

Alexandre Anderson afirma ter sobrevivido a seis atentados contra a sua vida nos últimos três anos e tem recebido ameaças constantes.

Em agosto de 2009, Alexandre e sua esposa foram incluídos no programa federal de proteção a defensores de direitos humanos. Entretanto, a proteção foi apenas parcialmente implementada. Em várias ocasiões, Alexandre Anderson queixou-se formalmente às autoridades denunciando que os agentes designados possuíam pouca formação e não estavam adequadamente equipados e que alguns deles trabalharam anteriormente como guardas de segurança no oleoduto e estiveram envolvidos em confrontos com membros da AHOMAR.

Alexandre, Daize e os pescadores da AHOMAR estão em situação de risco e não estão recebendo a proteção adequada.