Além de uma investigação imediata, completa, independente e imparcial sobre as acusações de que a polícia assassinou a tiros um adolescente desarmado no estado do Missouri, é necessário investigar sem demora o uso de táticas agressivas para dispersão da onda de protestos após o assassinato, disse a Anistia Internacional.
“O que é urgentemente necessário são investigações exaustivas, não mais inflamar os ânimos, a situação é extremamente tensa após o assassinato de Michael Brown”, disse Erika Guevara Rosas, diretora da Anistia Internacional para a região das Américas.
“Qualquer policial suspeito de ter cometido atos ilícitos deve ser responsabilizado através de investigação efetiva e, quando justificável, condenado.”
“O uso excessivo da força para reprimir os protestos é inaceitável. A polícia de Ferguson deve atuarem conformidade com a Constituição dos Estados Unidos e as normas internacionais sobre o uso da força e armas de fogo. Moradores devem ser autorizados a exercer pacificamente seu direito à liberdade de expressão e os jornalistas não devem ser impedidos de realizar seu trabalho.”
O apelo vem após a polícia novamente utilizar gás lacrimogêneo e balas de borracha, na noite do dia 13 de agosto, para dispersar uma manifestação em Ferguson, no subúrbio de St Louis – onde Michael Brown, um adolescente afro-americano, foi morto a tiros por um policial no dia 9 de agosto. A imprensa relata que pelo menos 10 pessoas foram presas pela polícia durante o protesto na noite de ontem, assim como dois jornalistas que cobriam a história ontem à tarde.
Em 13 de agosto, a Anistia Internacional EUA escreveu para o Departamento de Polícia de Ferguson, Missouri, para expressar sua profunda preocupação com o assassinato de Michael Brown e com o uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar protestos após sua morte na noite de 11 de agosto.
As normas internacionais sobre o uso da força e armas de fogo exigem que a polícia aplique meios não violentos antes de recorrer ao uso da força. O uso letal intencional de armas de fogo só é permitido se for estritamente inevitável para proteger a vida.