Os Vingadores: O Ultimato é, para muita gente, um dos filmes mais esperados do ano. Talvez até mesmo dos últimos dez anos – o 22º episódio da franquia de 22 filmes começou há mais de uma década com o Homem de Ferro. Baseado nos quadrinhos criados por Jack Kirby e Stan Lee, o Marvel Cinematic Universe é a franquia de maior sucesso de todos os tempos e o filme final está cotado para ser o maior lançamento deste ano!

>>  Apoie a Anistia Internacional, seja um Defensor da Liberdade

Mas não seria um momento importante da cultura pop sem que alguma ONG tentasse entrar na onda e usasse como uma oportunidade de aprendizado… Consultamos nossos especialistas internos da Marvel para examinar, de acordo com os conceitos reais de justiça internacional, os direitos humanos a partir dos históricos dos maiores vilões da série. E o que você vai ver abaixo é o que encontramos sobre os piores violadores de direitos humanos da Marvel.

Obs: Prepare sua pipoca e, se você não viu nenhum dos filmes anteriores, fique sabendo, este post está repleto de spoilers.

Os Kree

Violações de direitos humanos: genocídio e assassinato em massa.

Ao longo dos filmes da Marvel, vemos repetidos atos de crimes contra a humanidade. São crimes cometidos como parte de um ataque generalizado ou sistemático contra civis durante a paz ou tempos de guerra. Eles incluem tortura, desaparecimentos forçados, assassinatos, escravidão, deportação e crimes de violência sexual e de gênero, incluindo estupros.

A parte final do filme lida com as consequências de um dos mais graves crimes retratados: o assassinato em massa de metade de todas as criaturas vivas no Universo por Thanos.

Embora essa atrocidade cometida por Thanos seja de longe a pior em termos de escala, seu ato de destruir metade do universo com um estalar de dedos foi, de fato, um ato de matança indiscriminada – não envolveu mirar ou destacar especificamente grupos.

E enquanto o genocídio é um crime contra a humanidade que geralmente envolve assassinatos em massa, nem todos os assassinatos em massa equivalem a genocídios.

Isso porque genocídio significa certos atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo específico, nacional, étnico, racial ou religioso.

Como outros crimes contra a humanidade, o genocídio é considerado uma das mais graves violações de direitos humanos. É por isso que os Kree, uma das raças mais poderosas do universo Marvel, estão entre os piores violadores de direitos humanos do Universo Cinematográfico Marvel.

No filme Capitã Marvel, aprendemos que longe de ser os guardiões da paz que eles retratam a si mesmos, os Kree são, de fato, um grupo de guerra tentando acabar com outro grupo conhecido como Skrulls – uma guerra que equivale a genocídio por causa de sua intenção de destruir o grupo inteiro.

Através do filme, o público é levado a um importante arco através da descoberta de Carol Danver de que os Kree têm um bode expiatório e pintam o Skrull como um perigoso inimigo estrangeiro, quando na verdade eles são uma comunidade tentando encontrar segurança.

Como vimos repetidamente ao longo da história humana, essa tática de alteridade, desumanização e bode expiatório de um grupo de pessoas com base em uma parte de sua identidade frequentemente precede atos de genocídio.

Thanos

Violações de direitos humanos: crimes contra a humanidade, assassinatos em massa, tortura, crimes de guerra incluindo civis como alvos e assassinatos e maus-tratos a prisioneiros de guerra.

Thanos se transforma no maior vilão dos filmes, deixando os ambientalistas de todos os lugares com uma fama ruim. O homem da Manopla do Infinito consegue cometer um assassinato em massa em uma escala sem precedentes, matando metade de toda a vida no universo, e escandalosamente tenta justificá-lo, alegando que ele quer aliviar o fardo sobre os recursos naturais.

Mas enquanto Thanos provavelmente pode empatar com os Kree pelo volume de crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos, não podemos ignorar as outras violações de direitos humanos que ele comete, incluindo a brutal tortura emocional e física de suas filhas Gamora e Nebula.

Segundo as leis que regem os direitos humanos, todos nós temos o direito de sermos livres de tortura, punição cruel ou tratamento desumano ou degradante. Muitas vezes pensamos em tortura como um ato físico, mas, como aprendemos com Thanos, os que estão no poder muitas vezes usam a tortura psicológica como uma forma de infligir sofrimento mental intenso aos outros. Esse tipo de abuso psicológico pode ser tão extremo que também equivale a uma violação de direitos humanos.

Odin

Violações de direitos humanos: desaparecimento forçado, possíveis crimes de guerra.

Enquanto Odin não é retratado como um vilão em nenhum dos filmes, não há como evitar que o rei de Asgard cometeu graves violações de direitos humanos com total impunidade em seu tempo.

Nós descobrimos sobre sua história altos e baixos no filme Thor: Ragnorak, quando é revelado que Odin teve uma primogênita, Hela, com quem realizou uma sangrenta e violenta guerra para conquistar os Nove Reinos e estabelecer um novo império. Não está claro no filme se essas guerras foram travadas diretamente com outros exércitos, ou se incluíam alvejar civis.

Quando o apetite de Hela pela destruição superou o de seu pai, ele decidiu prendê-la e acabar com qualquer registro dela. Mas, embora não esteja claro se Odin cometeu qualquer abuso de direitos humanos durante a conquista dos Nove reinos, sabemos, com certeza, que ele realizou o desaparecimento forçado de sua própria filha.

Sob a lei internacional, desaparecimentos forçados são uma detenção, prisão, sequestro ou privação de liberdade por agentes do Estado ou com a autorização do Estado, seguidos pela recusa em reconhecer a privação da liberdade ou pelo encobrimento do destino ou paradeiro da pessoa desaparecida.

As ações de Odin efetivamente colocaram a Hela fora da proteção da lei e é exatamente por isso que desaparecimentos forçados são uma grave violação de direitos humanos.

Embora a inclusão de Odin nesta lista possa parecer controversa, na realidade ele, como chefe de Estado, tem a responsabilidade primária de proteger e defender os direitos humanos. É por isso que a Anistia Internacional coloca uma ênfase maior no escrutínio das ações dos estados na defesa de direitos humanos, em vez de olhar para as ações de indivíduos ou grupos específicos.

Mais Publicaçõess