Há poucos dias, o Superior Tribunal de Justiça concedeu liberdade para três policiais acusados de envolvimento na Chacina de Costa Barros, ocorrida em 28 de novembro de 2015, na qual cinco jovens foram sumariamente executados, com mais de cem tiros de fuzil disparados contra o carro onde estavam. Dos quatro acusados, um já havia sido libertado em abril.
A prisão preventiva pode ser usada para evitar ameaças a possíveis testemunhas ou ações que possam impedir o pleno andamento das investigações e do processo judicial. Policiais envolvidos em casos de homicídio com frequência ameaçam familiares das vítimas e testemunhas como forma de impedir o avanço das investigações e garantir sua impunidade.
Nos relatórios “Você matou meu filho”e “A violência não faz parte desse jogo”, a Anistia Internacional já havia denunciado a alta letalidade das operações do 41º Batalhão da Polícia Militar e as ameaças que testemunhas e defensores de direitos humanos sofrem por parte dos policiais deste batalhão.
“Os policiais envolvidos no caso de Costa Barros são do 41º Batalhão. É muito preocupante que eles estejam soltos e voltem às ruas, pois isso poderia colocar a vida de várias pessoas em risco e, eventualmente, impedir que o processo judicial avance como deveria” afirma Atila Roque, diretor da Anistia Internacional Brasil.
“Já levamos nossa preocupação ao Comando Geral da Polícia Militar no Rio de Janeiro e esperamos que as autoridades tomem todas as medidas necessárias para garantir a segurança das famílias das vítimas e testemunhas e que assegurem que estes policiais não voltarão às ruas até que o caso seja julgado”, completa.
Assine a petição Rio 2016: a violência não faz parte desse jogo!
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