O Chile terá que continuar construindo o processo para uma nova constituição e assim se tornar uma referência em direitos humanos, afirmou a Anistia Internacional hoje (05/09) após os resultados do plebiscito no país que teve grande participação cidadã e rejeitou a proposta da nova Constituição.

Com o resultado da votação, a Constituição atual, ditada no tempo de Augusto Pinochet e que há décadas beneficia uns em detrimento de outros, acentuando as desigualdades e a precariedade, continuará em vigor no país. Embora os cidadãos não tenham aprovado a proposta elaborada pela Convenção Constitucional, foi comprovado em inúmeras ocasiões que a atual Constituição impede as mudanças necessárias para alcançar um Chile mais justo, por isso é essencial continuar os esforços para mudá-la.

“Lamentamos que o resultado do plebiscito tenha culminado na rejeição de uma nova Constituição, que teve a oportunidade de melhorar as condições de vida de todas as pessoas no Chile e avançar para níveis mais elevados de justiça. No entanto, comemoramos os esforços que têm sido feitos para construir um país mais justo e livre, e confiamos que esse processo continuará até que tenhamos um marco constitucional de acordo com as necessidades de todas as pessoas do país. Nunca vamos parar de lutar até que esse sonho se torne realidade”, disse Erika Guevara-Rosas, Diretora das Américas da Anistia Internacional.

“Comemoramos os esforços que têm sido feitos para construir um país mais justo e livre, e confiamos que esse processo continuará até que tenhamos um marco constitucional de acordo com as necessidades de todas as pessoas do país. Nunca vamos parar de lutar até que esse sonho se torne realidade” – Erika Guevara-Rosas, Diretora da Anistia Internacional para as Américas

“Movimentos sociais e cidadãos levantaram suas vozes exigindo melhores condições de vida, mas essa situação dificilmente pode ser resolvida pela raiz mantendo uma Constituição intrinsecamente injusta que se originou em um período doloroso da história do Chile. Por isso, no plebiscito de entrada, quase 80% votaram a favor de uma nova Constituição”, disse Rodrigo Bustos, diretor executivo da Anistia Internacional Chile.

Permanecer com a Constituição de 1980 implica que esses abusos e situações de vulnerabilidade vivenciados por grande parte da sociedade chilena, e que teriam encontrado respostas efetivas na nova Carta Magna e suas consequentes regulamentações, não serão mais possíveis no curto e médio prazo.

“Movimentos sociais e cidadãos levantaram suas vozes exigindo melhores condições de vida, mas essa situação dificilmente pode ser resolvida pela raiz mantendo uma Constituição intrinsecamente injusta que se originou em um período doloroso da história do Chile.” – Rodrigo Bustos, diretor executivo da Anistia Internacional Chile

“Dessa forma, a partir de hoje, devemos dar especial atenção ao futuro do país e continuar promovendo a possibilidade de avançar na construção de um Estado capaz de acolher e proteger todos os seus habitantes. Por isso, continuaremos trabalhando para avançar na mudança do texto constitucional chileno e convocamos todas as pessoas que promoveram a opção Rejeição, expressando o compromisso de continuar o processo constituinte, manter sua palavra e garantir que o novo texto mantenha todas as os avanços em direitos humanos incluídos na Constituição que foi rejeitada” concluiu Rodrigo Bustos.

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