A Anistia Internacional chega aos 60 anos de existência, neste 28 de maio de 2021. Presente em mais de 150 países, o movimento global criado pelo advogado britânico Peter Benenson, em 1961, tem no seu DNA a luta e a mobilização de pessoas como ferramenta de transformação social.
Para marcar essa data, a Anistia Internacional Brasil lança hoje o curso gratuito “Defensoras e Defensores dos Direitos Humanos”, na plataforma Amnesty Human Rights Academy, em português. Para a Anistia Internacional, a educação em direitos humanos é um trabalho essencial, especialmente neste momento de pandemia global.
A educação contribui para abrir corações e mentes para o conhecimento de que direitos humanos são para todas e todos. Enquanto todos os direitos não forem garantidos para todas as pessoas, a sociedade inteira está em risco. O curso pode ser acessado a partir do site da Anistia Internacional Brasil ou pelo aplicativo Human Rights Academy para celular, disponível para os sistemas Android e IOS.
Uma história de luta
Depois de saber que dois estudantes portugueses foram presos por fazer um brinde à liberdade em 1961, o advogado britânico Peter Benenson lança uma campanha mundial ‘Appeal for Anistia 1961′. Seu apelo para que os prisioneiros de consciência fossem libertados é reimpresso em jornais de todo o mundo e acaba por ser o início da Anistia Internacional. Em 1966, 1.000 prisioneiros foram libertados graças aos esforços incansáveis de pessoas que lutavam por um mundo melhor.
A Anistia Internacional foi fundada há 60 anos, com a ideia de que juntas e juntos, pessoas comuns podem mudar o mundo. Hoje, a Anistia Internacional é um movimento global pelos direitos humanos, invocando o poder coletivo de mais de 10 milhões de ativistas e apoiadores que levam a injustiça como algo pessoal e estão comprometidos com a luta por justiça, igualdade e liberdade em todos os lugares. De Londres a Brasília, de Sydney a Santiago, as pessoas se unem para exigir que os direitos de cada ser humano devem ser respeitados, protegidos e garantidos.
As mudanças não aconteceram da noite para o dia. Foi preciso persistência para fazer a diferença. Entre os resultados, a libertação de dezenas de milhares de pessoas presas por suas crenças ou seu modo de vida. O fim da pena de morte em dezenas de países. Líderes anteriormente intocáveis foram confrontados e houve alterações em leis e políticas que permitiram uma mudança na vida de milhares de pessoas.
Anistia Internacional e o Brasil
O escritório brasileiro foi inaugurado em 2012, mas a atuação com pesquisa, documentação, elaboração de relatórios e denúncias de violações de direitos humanos e a mobilização social para a mudança com base na solidariedade começou muitos anos antes. Durante o período do Regime Militar (1964-1985), a Anistia Internacional lançou, em 1973, a primeira Ação Urgente, ferramenta de pressão e mobilização utilizada até os dias de hoje. Na ocasião, o Brasil era o foco dessa iniciativa e apoiadores e ativistas foram incentivados a agir em nome de Luiz Basílio Rossi, professor brasileiro preso por razões políticas. Luiz passou a atribuir apoio popular a esses apelos para melhorar sua situação:
“Eu sabia que meu caso tinha se tornado público, sabia que eles não poderiam mais me matar. Então a pressão sobre mim diminuiu e as condições melhoraram”, explica o professor.
Desde então, os apoiadores da Anistia Internacional em todo o mundo têm feito campanhas em nome de milhares de indivíduos, famílias e comunidades. Em aproximadamente um terço desses casos, o resultado são mudanças positivas.