Em 2009, Ángel Colón saiu de Honduras em direção aos Estados Unidos em busca de um emprego para pagar o tratamento do filho, com câncer em estágio avançado. No entanto, antes de chegar a seu destino, ele foi preso pela polícia em Tijuana, próximo à fronteira do México com os Estados Unidos.

Ángel foi torturado por policiais e militares – espancado e submetido a asfixia e insultos racistas. Ele foi forçado a assinar uma falsa confissão usada para acuasá-lo de atividades criminosas.

Ángel retirou a declaração quando foi levado perante um juiz e denunciou a tortura às autoridades. Mas estas não investigaram sua denúncia e usaram a confissão falsa, obtida sob tortura, para condená-lo.

A Anistia Internacional fez uma campanha pela libertação de Ángel, lançada em julho de 2014, quando ele foi declarado um prisioneiro de consciência, pois acredita-se que sua prisão e tortura sejam resultado da discriminação com base em sua origem étnica – da comunidade negra Garifuna – e status de imigrante não-documentado.

Funcionários da Anistia Internacional foram visitá-lo na prisão, levaram milhares de cartas de solidariedade arrecadadas pela seção do México e gravaram um vídeo e uma mensagem de Ángel para sua companheira, July.

Em setembro de 2014, a organização publicou o relatório “Out of Control: Tortura e maus-tratos no México”, que informa que as alegações de tortura e outros maus-tratos por parte da polícia e militares aumentaram 600 % em dez anos.

Em outubro do mesmo ano, a Procuradoria Geral da República do México decidiu retirar as acusações contra Ángel, que foi libertado incondicionalmente.

“Minha mensagem para todas as pessoas que estão mostrando sua solidariedade comigo e são contra a tortura e a discriminação é que não baixem sua guarda. Um novo horizonte está se abrindo. Fico feliz com o que está acontecendo”, disse Ángel Colón aos representantes da Anistia Internacional que foram vê-lo na prisão.

A Anistia Internacional continua mobilizada para que outros casos como o de Ángel não ocorram mais.