As ruas são um espaço de potência e mobilização social.
Depois de um longo período de restrições em função da crise sanitária, nossa comunidade ativista começa a voltar a ocupá-las para reivindicar direitos. Pensando nisso, ativistas do Rio de Janeiro se manifestaram no dia 06 de maio, em frente ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), para marcar a data de 1 ano da Chacina do Jacarezinho. A operação policial teve o saldo de 28 mortes e é considerada a mais letal da história do estado. Apesar disso, apenas 4 mortes motivaram denúncias, ou seja, mais de 80% dos inquéritos foram arquivados.
A ação simbólica em frente ao Ministério Público contou com a participação de cinco ativistas e teve como mensagem principal a frase “Vidas faveladas importam”, estampada em uma faixa. Além da atividade em frente ao MPRJ, o grupo uniu esforços para produzir um vídeo exigindo justiça para o Jacarezinho e lembrando que violência não é política de segurança pública, bem como mostra o relatório “A polícia no centro das atenções: cobrando a responsabilidade da polícia por violações dos direitos humanos nas Américas”, produzido pela Anistia.
De acordo com uma ativista que participou do ato, cobrar por justiça é uma forma de lutar para que violações não se repitam
“Não devemos deixar de cobrar justiça para o Jacarezinho porque as pessoas que vivem nas favelas precisam ter seus direitos respeitados. As vidas faveladas importam e não podemos aceitar mais uma chacina acontecendo e a polícia não sendo efetivamente responsabilizada”.
Para outra ativista que também esteve presente, foi importante marcar a data de um ano da operação mais violenta da história da polícia do Rio para que a memória sobre a chacina não se apague:
“Na frente do Ministério Público, o que percebemos foi a curiosidade das pessoas em saber do que se tratava o protesto. Ao mesmo tempo, vimos que muitas já haviam esquecido a chacina. Mas foram lembradas naquele dia”.
Se você não faz parte de nossa comunidade ativista, mas ainda assim deseja pressionar para que o Ministério Público assuma o controle e atue para reduzir a violência policial, assine a petição em nosso site. Com a sua assinatura, você exige que os Procuradores Gerais de Justiça dos MP’s Estaduais e o Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público deixem de se omitir perante violações de direitos e exerçam o controle externo e participativo da atividade policial.
A força e a coragem de cada defensor/a de direitos humanos são combustíveis para nossa luta em defesa de uma sociedade que respeite verdadeiramente os direitos de todas as pessoas. Sigamos com esperança, determinação e resiliência para manter nossa vela acesa.
Vamos juntes transformar o mundo!