No marco do segundo aniversário da convulsão social, período em que as ruas do Chile voltaram a ficar manchadas de sangue como resultado das violentas ações policiais e militares, a Anistia Internacional apresentou desde a Praça da Dignidade a campanha “Ruas com memória” em solidariedade com as vítimas.  

A campanha registra o momento em que as vítimas e/ou familiares retornam ao local exato onde sofreram as agressões e, por meio de imagens 360°, mostra as ruas onde aconteceram as violações aos direitos humanos. Este material está concentrado em uma rota que pode ser vista de qualquer lugar do mundo através do Google Street View e outros aplicativos digitais. Além disso, o projeto abre a possibilidade para outras pessoas que também tenham sido vítimas carreguem seu caso para a plataforma. A rota e os depoimentos podem ser vistos no site www.callesconmemoria.cl. 

Milhares de vítimas poderiam contar uma história diferente hoje se não fosse pela omissão deliberada dos comandantes dos Carabineiros que permitiram atos de tortura e maus-tratos contra os manifestantes a fim de dispersá-los a todo custo ou detê-los sem as devidas garantias. As autoridades sabiam o que estava acontecendo e não agiram de forma decisiva para evitar a repetição de tais atos. Dois anos após o levante, as investigações pouco têm progredido. O Ministério Público deve investigar sem demora a responsabilidade de toda a linha de comando, até o mais alto nível”, afirma Ana Piquer, Diretora Executiva da Anistia Internacional Chile.  

 

Gutavo Catica perdeu sua visão nas manifestações de 2019, no Chile

  

Além disso, até hoje se repetem comportamentos de uso desproporcional da força, por isso a Anistia Internacional insiste em apontar a necessidade de uma reforma ampla e profunda da instituição dos Carabineiros do Chile, a nível normativo e cultural, para garantir que as forças da ordem pública cumpram estritamente as normas internacionais sobre o uso da força. 

A campanha também será apresentada através de uma transmissão ao vivo conduzida pelo comunicador Nicolas Copano, hoje segunda-feira 18 de outubro às 20:00 horas através de nossas redes sociais. Participam da conversa: Ana Piquer, diretora executiva da Anistia Internacional do Chile; María Fernando, mais conhecida como ‘no estoy creici’ (não estou creici); e Alonso Quinteros, ator e músico. 

 

 

 

Manter viva a memória é um passo fundamental na luta contra a impunidade e na busca da verdade, da justiça e da reparação. 

 

 

Informações adicionais:   

Chile: Dois anos após o levante social, a Anistia Internacional apresenta um relatório sobre a responsabilidade dos comandantes ao Ministério Público Nacional 

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