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Foi um ano de desafios e ainda temos um longo caminho pela frente em 2025. Mas você e milhões de apoiadores da Anistia Internacional são a prova de que, quando nos unimos, podemos mudar a realidade e promover os direitos humanos.
Na despedida de 2024, fizemos uma retrospectiva e queremos destacar algumas das vitórias mais importantes que você ajudou a tornar possíveis com seu ativismo!
JANEIRO
NORUEGA | Por condições dignas no cárcere
Nos últimos anos, a Noruega vem sendo criticada por organismos internacionais de direitos humanos devido ao tratamento de pessoas presas com problemas de saúde mental. O uso de isolamento está no centro do problema, assim como as elevadas taxas de suicídio. No ano passado, a Anistia Noruega fez uma campanha que levou o governo a aumentar significativamente os recursos para melhorar as condições no cárcere, reduzindo o uso de isolamento, após a entrada em vigor do orçamento.
FEVEREIRO
ARÁBIA SAUDITA | Amazon reembolsa trabalhadores
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A Amazon anunciou que pagaria US$ 1,9 milhão para reembolsar mais de 700 profissionais que atuaram em suas operações na Arábia Saudita. Isso ocorreu após um relatório da Anistia Internacional documentar o engano e o tratamento indigno das pessoas contratadas pela gigante de tecnologia no país.
MARÇO
TERRITÓRIOS PALESTINOS OCUPADOS | Defensor de direitos humanos livre
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Foi libertado o assistente social palestino e defensor dos direitos humanos Munther Amira, detido arbitrariamente pelas forças israelenses, sem acusações ou julgamento, devido a supostas postagens no Facebook.
“Quando meu advogado me disse, na prisão de Ofer, que a Anistia Internacional estava planejando fazer uma campanha sobre o meu caso, isso me deu muita força — senti que não estava sozinho, que não fui esquecido.”
Munther Amira, ativista
BURKINA FASO | Mais um defensor posto em liberdade
Em 1º de dezembro de 2023, o defensor dos direitos humanos Daouda Diallo foi detido por agentes de segurança, levado a um local desconhecido e submetido a desaparecimento forçado. A Anistia Internacional emitiu um apelo urgente por sua liberação.
Em março de 2024, Daouda foi libertado.
“Gostaria de agradecer à Anistia Internacional e a todos que se mobilizaram e pediram pela minha liberação. Esses apelos foram uma luz na solidão da minha provação e um lembrete de que eu não estava sozinho. Sigamos unidos em nosso compromisso de defender os princípios da justiça, igualdade e dignidade para todos.”
Daouda Diallo, defensor de direitos humanos
ABRIL
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BRASIL | Justiça por Ana Maria e Pedro Henrique
A campanha Escreva por Direitos, da Anistia Internacional, levou para os quatro cantos do mundo a história da luta de Ana Maria Cruz para que os responsáveis pelo assassinato de seu filho, o ativista Pedro Henrique Cruz, não ficassem impunes. Em abril, o caso bateu a marca de meio milhão de apoios em todo o planeta, entre cartas, assinaturas de petições e outras formas de manifestação.
Pedro tinha apenas 31 anos quando foi morto a tiros por encapuzados enquanto dormia na cidade de Tucano, no interior da Bahia, há 5 anos. A principal testemunha afirma que os autores são policiais.
Um “Soldado da Paz”, como o título do reggae feito em sua homenagem, Pedro era organizador da “Caminhada da Paz”, uma manifestação que colhia alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade e questionava a brutalidade com que os jovens negros eram tratados pela polícia em Tucano.
EUA | Expansão das checagens de antecedentes para armas de fogo!
O presidente Joe Biden tomou medidas para endurecer os requisitos de checagem de antecedentes para pessoas que compram armas de fogo em feiras ou online.
“A Anistia Internacional Estados Unidos continuará a defender a ampliação das verificações de antecedentes e outras políticas sensatas que ajudem a garantir os direitos humanos e a segurança de todos”.
Ernest Coverson, diretor de prevenção à violência armada da Anistia Internacional EUA
AFEGANISTÃO | Defensora libertada
A defensora de direitos humanos Manizha Seddiqi sofreu desaparecimento forçado em outubro de 2023, tendo sido encontrada semanas depois sob custódia do Talibã, detida sem acusações e sem acesso a um advogado ou a cuidados médicos. Seu único “crime” foi apoiar os direitos e liberdades das meninas e mulheres afegãs.
A Anistia Internacional fez uma campanha pela libertação de Seddiqi e de mais três outras mulheres defensoras dos direitos humanos. Todas foram soltas!
MAIO
JORDÂNIA | Jornalista sírio libertado após 50 dias
Em abril, as autoridades jordanianas prenderam os refugiados sírios Atiya Mohammad Abu Salem e Wael al-Ashi durante a repressão aos protestos pró-Gaza no país. O Ministério do Interior emitiu ordens de deportação, sem acusá-los de nenhum crime. Em maio, depois de apelos feitos pela Anistia Internacional, Atiya e Wael foram libertados. Eles ficaram mais de um mês presos arbitrariamente.
JUNHO
REINO UNIDO/EUA | Julian Assange livre
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O fundador do site Wikileaks, Julian Assange fez um acordo de confissão com as autoridades dos EUA após passar cinco anos em uma prisão de segurança máxima no Reino Unido. Ele se declarou culpado de uma acusação de conspiração para obtenção e divulgação de informações de defesa nacional norte-americana, o que resultou em uma sentença de 62 meses – tempo já cumprido pelo ativista.
“Após anos da vida de Julian Assange ter sido injustamente roubada pelas autoridades dos EUA e do Reino Unido, a Anistia Internacional recebe com alívio a notícia de que ele está agora livre e pode se reunir com sua família”.
Agnès Callamard, Secretária Geral da Anistia Internacional
CASAQUISTÃO | Defensora de direitos humanos libertada!
Rita Karasartova, uma das defensoras que teve a história contada pela campanha “Escreva por Direitos”, da Anistia Internacional, em 2023, enfrentava uma pena de 15 anos de prisão no Cazaquistão por protestar pacificamente.
Ela é uma ativista de direitos humanos que se preocupava com o acesso da sua comunidade à água e se opôs publicamente a um acordo de fronteira que transferia o controle de um reservatório de água para o país vizinho, Uzbequistão.
Karasartova jamais deveria ter sido acusada ou levada a julgamento.
“Um muito obrigado à Anistia. Muito obrigado… Estou tão feliz, nem tenho palavras. Agradeço a todos pelo apoio… Suas ações no momento certo — essas cartas, petições, assinaturas, e o grande número de cartas que foram enviadas ao tribunal, à promotoria — foi tudo muito poderoso… Essas cartas deram força não só a mim, mas a todos os réus do caso. Nossa gratidão é enorme.”
Rita Karasartova, ativista
JULHO
SERRA LEOA | A luta contra o casamento infantil
Em Serra Leoa, um projeto de lei histórico para acabar com o casamento infantil foi sancionado pelo presidente.
De acordo com a UNICEF, o ano passado, o Oeste e Centro da África tiveram a maior prevalência de casamentos infantis no mundo. Em Serra Leoa, 30% das mulheres entre 20 e 24 anos se casaram ou estavam em união conjugal quando tinham entre os 15 e 18 anos.
A Anistia tem trabalhado para prevenir e reduzir o casamento infantil, precoce e forçado, e a mutilação genital feminina em Serra Leoa, Burkina Faso e Senegal.
AGOSTO
RÚSSIA | 20 mil apoios para libertar ativista
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No ano passado, a artista e ativista russa Alexandra “Sasha” Skochilenko recebeu uma sentença de sete anos do governo russo. Seu crime? Preocupada com a invasão da Ucrânia, ela trocou as etiquetas de preço em um supermercado por etiquetas de papel com mensagens contra a guerra.
Após quase 20 mil manifestações de apoio coletadas pela Anistia, incluindo cartas para a Embaixada da Rússia, pedindo a liberação imediata da ativista, Sasha está no mais recente acordo de troca de prisioneiros, que também resultou na liberação de 16 outras pessoas, incluindo o jornalista americano Evan Gershkovich.
“Quero dizer muito obrigado à Anistia Internacional. É difícil colocar minha gratidão em palavras, porque estou aqui em grande parte graças a essa organização.”
Alexandra “Sasha” Skochilenko, ativista
BURUNDI | Jornalista livre!
Floriane Irangabiye foi libertada da prisão e recebeu um perdão presidencial completo! Ela estava sendo processada unicamente por exercer pacificamente seus direitos humanos e por seu trabalho como jornalista. A Anistia Internacional trabalhou por sua liberação imediata e incondicional e a nossa voz fez a diferença na garantia do seu perdão e liberdade!
SETEMBRO
JAPÃO | Livre depois de meio século de injustiça
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Após mais de 45 anos no corredor da morte, Iwao Hakamada foi inocentado.
“Estamos radiantes com a decisão do tribunal de livrar Iwao Hakamada das acusações. Após suportar quase meio século de prisão injusta e mais 10 anos esperando seu novo julgamento, esta decisão é um reconhecimento importante da profunda injustiça sofrida por ele durante grande parte de sua vida. Se encerra uma luta inspiradora para limpar seu nome, travada por sua irmã Hideko e por todos aqueles que o apoiaram.”
Boram Jang, pesquisadora da Anistia Internacional para a região da Ásia Oriental
TERRITÓRIOS PALESTINOS OCUPADOS | Médico solto
O cirurgião palestino Dr. Khaled Al Serr foi libertado de uma detenção israelense após passar mais de seis meses sem acusações ou julgamento. A Anistia Internacional tem feito campanha e defendido o Dr. Al Serr desde que ele foi preso pelas forças israelenses enquanto trabalhava em um hospital em Gaza, junto com outros profissionais de saúde. Durante mais de cinco meses, sua família não soube seuqer se ele estava seguro ou mesmo vivo.
OUTUBRO
BRASIL | Caso Marielle e Anderson: vitória da luta por justiça
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Depois de mais de 6 anos de mobilização, luta e ativismo da Anistia Internacional Brasil por justiça, os assassinos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes foram condenados.
O julgamento é um passo importante em uma busca por justiça que começou há seis anos. A condenação dos ex-policiais militares do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz por homicídio qualificado de Marielle e Anderson e tentativa de homicídio da assessora da vereadora, Fernanda Chaves, contribui para que o Brasil possa inaugurar uma nova fase, mas está longe de encerrar o caso. A justiça que queremos é aquela que virá somente quando todos os envolvidos no crime – incluindo aqueles acusados de terem sido os mandantes – forem finalmente responsabilizados.
“A Anistia Internacional Brasil continuará mobilizada e mobilizando pessoas ao redor do mundo para seguir exigindo respostas. Hoje, com mais força, renovamos nossa cobrança pública por justiça, pois ela ainda não foi feita por completo. Continuaremos instando as autoridades brasileiras a responsabilizar, tanto os mandantes do crime, quanto os agentes públicos que se omitiram, bem como aqueles que deliberadamente obstruíram as investigações, o que resultou em 6 anos e meio para que a justiça apenas começasse a ser feita”.
Jurema Werneck, Direitora executiva da Anistia Internacional Brasil
ARGENTINA | Anistia apoia ativista LGBTQIA+ contra perseguições
Pierina Nochetti, defensora dos direitos LGBTI+ de Necochea, Argentina, enfrentou acusações criminais por ter grafitado a mensagem “¿Dónde está Tehuel?” durante uma Marcha do Orgulho em 2022. A frase buscava justiça para Tehuel de la Torre, um jovem trans que desapareceu em 2021. Apesar de o muro ser um local comum para expressão pública, Pierina foi alvo de perseguição, enfrentando a possibilidade de prisão por “dano agravado.” A Anistia Internacional Argentina defendeu publicamente os direitos à liberdade de expressão e à reunião pacífica de Nochetti. As acusações foram agora retiradas e o caso encerrado.
NOVEMBRO
ÍNDIA | Pelo fim das demolições arbitrárias
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A Suprema Corte da Índia estabeleceu diretrizes para prevenir a demolição arbitrária de propriedades no país.
“Esta decisão histórica da Suprema Corte da Índia deve colocar um fim ao clima de impunidade em torno da cruel e desumana prática de punir as pessoas demolindo ilegalmente suas casas e propriedades. O julgamento reafirma o que a Anistia Internacional já documentou – que tais demolições ilegais, frequentemente instigadas pelos mais altos níveis do governo, afetam particularmente os muçulmanos e têm repetidamente minado o Estado de Direito e o devido processo legal.”
Agnès Callamard, Secretária Geral da Anistia Internacional
DEZEMBRO
IRÃ | RAPPER LIBERTADO
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No dia 1º de dezembro, o rapper iraniano Toomaj Salehi foi libertado da prisão! Ele foi preso em outubro de 2022 exclusivamente por sua participação nos protestos durante a revolta “Mulheres, Vida, Liberdade”, e por suas críticas às violações de direitos humanos e execuções cometidas pelas autoridades iranianas.
O artista foi condenado à morte após ser acusado de “corrupção na terra”. Seu julgamento foi profundamente injusto e as autoridades descartaram suas denúncias de tortura, incluindo choques elétricos, ameaças de morte e espancamentos repetidos que resultaram em fraturas ósseas e danos à visão em um dos olhos.
Toomaj ainda possui um caso pendente e agora pedimos às autoridades iranianas que abandonem todos os processos criminais contra ele por exercer seus direitos à liberdade de expressão. Também exigimos que ele receba reparações completas, proporcionais à gravidade das violações e dos danos sofridos.