Por não se ampliar a área de operações da Triton, será prejudicado o compromisso feito por várias nações europeias de proporcionar recursos, barcos e aviões para as operações de busca e salvamento no Mediterrâneo, declarou a Anistia Internacional.

“O que vimos em Bruxelas foi uma operação para livrar a cara, não para salvar vidas”, apontou John Dalhuisen, diretor do Programa da Anistia Internacional para a Europa e Ásia Central. “Tudo o que se está dizendo e fazendo sobre o problema indica que os líderes da UE realmente se preocupam em salvar vidas no mar, mas a verdade é que só estão enfrentando o problema até a metade”.

“Se não forem até o final, muitos migrantes e refugiados continuarão morrendo afogados, e a Europa terá novamente se omitido vergonhosamente diante desta tragédia que ocorre em suas portas. Se não pode mudar a [operação] Triton, então a Triton não é a solução, por mais recursos que sejam designados a ela.”

O anúncio de que serão destinados mais fundos e ativos para as atuais operações de controle das fronteiras da União Europeia, incluindo a Triton, foi feito no final de uma cúpula de emergência que ocorreu segunda-feira (20) em Bruxelas sobre a crise humanitária no Mediterrâneo.

Embora esteja previsto triplicar os fundos destinados à Triton, este incremento não responderá realmente às necessidades existentes em matéria de busca e salvamento no Mediterrâneo se não for ampliada a área de operações em alto mar, que é onde ocorre a maioria das mortes.

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